Projeções do CNPE indicam que
a nova mistura pode resultar em uma redução de até R$ 0,11 no preço da gasolina
para o consumidor final, o que equivaleria a uma economia de até R$ 0,02 por
quilômetro rodado. O autônomo Gleidson dos Santos, que gasta cerca de R$ 400
por mês com gasolina, não acredita que o impacto seja significativo: “Muito
pouca a diferença; é praticamente nada”, avalia.
O motociclista de aplicativo Vanderley Gonçalves afirma que a gasolina é um dos
seus maiores gastos durante o mês. Ele vê a mudança com ceticismo. “Não vai
fazer diferença, a gasolina sempre está cara e a gente trabalha para
sobreviver. Não acredito em nada disso”, afirma. Segundo estimativa do governo,
motoristas de aplicativo ou taxistas que rodam cerca de 7,5 mil quilômetros por
mês poderiam economizar até R$ 150 mensais.
Mesmo com a nova composição, o impacto no bolso do consumidor deve ser
praticamente nulo, segundo o presidente do Sindipostos/RN, Maxwell Flor. “A
redução do preço é muito improvável. Na gasolina, segundo os cálculos da
Fecombustíveis, essa redução não passaria de 2 centavos. Já no Diesel, o
cenário é o inverso: a mudança trouxe um aumento de aproximadamente 2
centavos”, disse.
Para o presidente do Sindipostos, essas variações mínimas tornam os efeitos
praticamente invisíveis no dia a dia do consumidor. “Como são valores muito
baixos, essas oscilações muitas vezes ficam imperceptíveis ao consumidor”,
completou.
A medida, de acordo com o governo federal, visa reduzir a dependência da gasolina importada e estimular a produção nacional. A expectativa é que o Brasil deixe de ser importador líquido e possa gerar um excedente exportável de até 700 milhões de litros por ano.
A professora Lúcia Ferreira manifesta preocupação com a qualidade do
combustível. “Eu acho preocupante para o carro. Colocar mais etanol do que
gasolina, acho que não vai valer a pena”, comentou.
Durante este período inicial de vigência, uma das principais preocupações do
setor é a fiscalização de produtos em transição. Em ofício à Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Fecombustíveis alertou para
o risco de autuações indevidas, já que muitos postos ainda podem ter estoques
com os percentuais antigos. Em resposta, a ANP optou por flexibilizar
temporariamente a fiscalização.
Para a Fecombustíveis, embora a medida seja relevante no contexto da transição
energética, os preços dos combustíveis são voláteis, por dependerem de produtos
agrícolas e estarem sujeitos a fatores climáticos e de safra. “As variações
decorrem de fatores climáticos que afetam a produtividade das safras ou do
período de queda de produção na entressafra”, disse por meio de nota. “As
alterações de preços a partir dos aumentos nas misturas dos biocombustíveis,
divulgados na mídia, podem não ocorrer exatamente como previsto, pois se trata
de mera estimativa”, completou.
Tribuna do Norte

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