Uma série de investimentos no
setor foi sinalizada para as regiões Nordeste, Sul e Sudeste do país. Dados do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) mostra 104 projetos com processos de licenciamento abertos no órgão,
para instalação de complexos eólicos offshore – ou seja, no mar, dos estados do
Rio Grande do Sul, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Piauí, Espírito
Santo, Maranhão e Santa Catarina.
A potência somada nesses
empreendimentos é de 247.354 Megawatts (MW), o que significa a necessidade de
pelo menos milhares de trabalhadores disponíveis nos próximos anos para dar
vazão à construção e operação das usinas, segundo estimativas da Associação
Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica).
Uma “planta-piloto” que o
SENAI-RN projetou para o Rio Grande do Norte foi o primeiro dos complexos já
cadastrados a receber licença prévia. O projeto vai funcionar como Sítio de
Testes para a realização de estudos e o desenvolvimento de tecnologias que ajudem
a subsidiar investimentos do setor no Brasil.
“Nós, do SENAI, lideramos não
só esse, mas uma série de projetos que têm contribuído para fortalecer o
nascimento dessa indústria no país, o que inclui estudos pioneiros iniciados há
mais de 10 anos para medir o potencial de geração, o desenvolvimento do maior
mapeamento do potencial eólico offshore, em curso na Margem Equatorial do país,
e, com a Petrobras e o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, a
Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore (Bravo), uma tecnologia nacional
inédita”, observa Mello.
“Agora, nós queremos
multiplicar, para mais profissionais, o conhecimento que temos embarcado sobre
essa indústria. O que estamos buscando é trazer profissionais do mercado para
esse ambiente de vanguarda em que estamos inseridos desde 2012, quando começamos
a realizar estudos na área, seguidos de diversas iniciativas que trouxeram uma
grande evolução no desenvolvimento de soluções tecnológicas de medição, de
avaliação de áreas muito maiores, além de equipamentos de última geração para
essa indústria”.
De acordo com o executivo,
“com o momento que se avizinha para os próximos anos, de início efetivo da
atividade, o objetivo é preparar profissionais para que, desde o princípio, o
Brasil tenha recursos humanos com competência suficiente para alcançar um alto
desempenho nessa nova cadeia produtiva”.
Especialização
Com início previsto para 23 de
janeiro de 2026, o curso de pós-graduação em energia eólica offshore será
oferecido de forma presencial na sede da FAETI, em Natal, e terá duração de 14
meses. As aulas serão quinzenais, às sextas, sábados e domingos.
De acordo com a gerente acadêmica da FAETI, Patrícia Mello, serão oferecidas 40
vagas. “O curso atenderá a um público diversificado, incluindo profissionais de
empresas de energia, consultorias, órgãos governamentais, acadêmicos,
pesquisadores, gestores de políticas públicas, dentre muitos outros perfis
possíveis”, diz ela.
O corpo docente composto por
mestres, doutores e especialistas de organizações como GWEC (Conselho Global de
Energia Eólica), ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas
Tecnologias, Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e
órgãos reguladores, será, segundo o diretor do SENAI, também um diferencial da
especialização.
O programa vai oferecer desde
um panorama global da energia eólica offshore até conhecimentos que incluem,
por exemplo, meteorologia energética, aspectos técnicos e econômicos da
integração da rede, legislação, fundações offshore e projetos de componentes
mecânicos e elétricos.
Construção e projetos de
nacelle, rotor de aerogeradores, otimização de parques eólicos offshore,
planejamento e construção de parques nessa nova fronteira, planejamento
espacial marinho, política e regulação, processo de licenciamento ambiental,
além de impactos ambientais e sociais se somam à lista contemplada.
A comprovação de conclusão do
ensino superior será o requisito para ingresso na primeira turma. O valor do
investimento e a página para inscrições serão divulgados em agosto.
Sobre a FAETI
A FAETI é a primeira Faculdade
do Brasil com foco em energias renováveis e marca a expansão das ações do
SENAI-RN para o setor no país.
A instituição funciona em
Natal, capital do Rio Grande do Norte, estado que lidera a geração brasileira
de energia eólica e sedia os Centros de referência do SENAI para formação
profissional, inovação e pesquisa aplicada voltadas à atividade (o Centro de
Tecnologias do Gás e Energias Renováveis – CTGAS-ER – e o Instituto SENAI de
Inovação em Energias Renováveis – ISI-ER).
A portaria de credenciamento
da Faculdade foi publicada pelo Ministério da Educação (MEC) em agosto de 2023.
Antes, avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP), vinculado ao Ministério, destacou “o planejamento do
SENAI para trabalhar com responsabilidade social e seus temas, bem como para o
desenvolvimento socioeconômico” e mencionou a Faculdade como “projeto
organizado para melhorar as condições de vida da população”.
Conclusões sobre a
infraestrutura em que está inserida também chamam a atenção para “inúmeros
recursos tecnológicos inovadores”, em menção a laboratórios disponíveis e
chamados de “altamente diferenciados para aulas práticas”. No corpo docente,
mestres e doutores em diversas áreas estão em campo. O ingresso da primeira
turma de Engenharia Mecânica ocorreu em março de 2024.
Tribuna do Norte

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