Hugo Fonseca,
secretário-adjunto da Sedec, avalia que o desempenho de julho se deu por conta
de fatores como as preocupações em relação ao tarifaço de 50%, anunciado pelo
governo de Donald Trump sobre os produtos brasileiros, mas também graças à
diversificação da Balança Comercial do Estado. Ele disse ser cedo para traçar
um diagnóstico para os próximos meses, afirmando ser necessário aguardar os
cenários que serão construídos a partir de agora – a taxação começou a valer na
quarta-feira (6).
“Lógico que tivemos a questão
da preocupação em relação ao aumento estabelecido em cima dos produtos
brasileiros pelos Estados Unidos. Isso fez com que alguns importadores de lá
antecipassem algumas compras aqui no RN, mas o outro fator que também contribuiu
para o aumento das nossas exportações e que vem, inclusive, nos dando certa
segurança, é a diversificação da nossa balança. De junho para cá, começamos a
exportar para novos mercados, como o português e o chinês, o que contribuiu
para o superávit registrado como um todo”, falou.
De acordo com o boletim da
Sedec, o superávit da Balança Comercial do Estado ficou em US$ 20,3 milhões em
julho, resultado da diferença entre as exportações (US$ 57,6 milhões) e
importações (US$ 37,3 milhões). Somados os dois tipos de transação, foram movimentados
US$ 94,6 milhões no mês passado. Dentre os principais produtos exportados, os
destaques foram o óleo combustível, que liderou a pauta de vendas ao exterior,
com US$ 25,3 milhões, seguido pelo bulhão dourado (US$ 11,7 milhões), açúcares
de cana (US$ 2,1 milhões), mamões frescos (US$ 2 milhões) e sal marinho (US$
1,8 milhão).
A evolução dos números ao
longo deste ano mostra que janeiro foi o melhor mês para as exportações
potiguares, com US$ 112,3 milhões. Em fevereiro, foram US$ 107,7 milhões; março
registrou a primeira grande queda do ano, com US$ 70,5 milhões; abril e maio
registraram, respectivamente, US$ 76,8 milhões e US$ 77 milhões. Em junho houve
mais uma redução expressiva, com US$ 47,1 milhões, com recuperação em julho
(US$ 57,6 mi).
Alan Silveira, titular da
Sedec, afirma que os dados já são esperados e têm a ver com as variações da
produção de cada setor. “A fruticultura, de um modo geral, por exemplo,
registra crescimento apenas no segundo semestre do ano. Então, essas reduções
estão relacionadas à queda na produção”, disse, citando que o anúncio da
taxação estabelecida pelo governo americano não teve influência no resultado de
julho.
Em relação aos próximos meses,
ele disse também que é necessário aguardar para entender os efeitos do
tarifaço. “O Governo do Estado tomou algumas medidas, como a compensação
financeira para as exportações, o aumento das isenções pelo Proedi e já estamos
planejando a abertura de novos mercados. Além disso, temos estudado novos
projetos que devem beneficiar as empresas exportadoras e que serão apresentados
à governadora em breve. Também há medidas de adoção de comercialização interna,
sem contar que acreditamos no diálogo para que haja o menor impacto possível”,
frisou Silveira.
Panamá liderou como destino de
exportações do RN
O Panamá liderou a lista de
exportação dos produtos potiguares no mês passado, com US$ 25,3 milhões. Na
sequência vem Canadá (US$ 12,1 milhões), Estados Unidos (US$ 6,2 milhões),
Portugal (US$ 1,7 milhão) e China (US$ 1,6 milhão). Juntos, esses cinco países
responderam por 81,4% do total exportado pelo Rio Grande do Norte em julho. Em
relação aos produtos importados no mês, os destaques foram: gasolina – exceto
para aviação (US$ 7,2 milhões), trigos e misturas de trigo com centeio (US$ 3,1
milhões), hulha betuminosa (carvão, com US$ 2 milhões), dentre outros.
Os principais fornecedores de
produtos para o RN em julho foram os Estados Unidos (US$ 10,7 milhões), a China
(US$ 10,2 milhões), Argentina (US$ 3,9 milhões), Colômbia (US$ 2,6 milhões) e
Espanha (US$ 2,2 milhões). Juntos, esses países responderam por 79,3% do total
das importações realizadas pelo Rio Grande do Norte em julho deste ano. No
acumulado de janeiro a julho, a balança potiguar (soma das exportações e
importações) registrou US$ 815,3 milhões em movimentações.
Tribuna do Norte

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