Segundo o estudo, o
crescimento dos óbitos entre os homens será de 35% até 2040 e, entre as
mulheres, de 37,63%. A Região Sudeste deverá ter um aumento de 34% nos
óbitos e também irá concentrar o maior número absoluto de mortes.
De acordo com o coordenador da
pesquisa, Alfredo Scaff, os dados mostram que a maioria dos diagnósticos
acontece em fases muito avançadas da doença.
“Em nosso levantamento, 78%
das pessoas que vieram a óbito foram diagnosticadas já nos estágios três ou
quatro, o que reduz drasticamente as chances de cura’’, alerta Scaff.
Segundo o coordenador, muitas
vezes a doença se desenvolve de forma lenta, a partir de pequenos pontos que ao
longo de anos podem se transformar em câncer. Além de sangue nas fezes, os
sinais de alerta incluem mudanças do hábito intestinal, como as fezes em fita
ou diarreicas, dores abdominais persistentes e perda de peso sem causa
aparente.
“As informações obtidas a
partir do boletim evidenciaram que homens e mulheres que foram a óbito
pela doença tiveram seus diagnósticos nos estágios mais avançados”,
complementa.
Os cânceres de cólon e reto,
que atingem o intestino, são
os terceiros mais frequentes do Brasil, com cerca de 45 mil novos
registros por ano, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer
para o triênio de 2023 a 2025.
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Políticas públicas
Para Scaff, o alto índice
de letalidade também demonstra a falta de uma política de detecção precoce do
câncer colorretal. O diagnóstico da doença pode ser feito através do
exame de sangue oculto nas fezes e da colonoscopia.
“Estudos internacionais
mostram que em países com programas estruturados de rastreamento, a sobrevida
em cinco anos pode ultrapassar 65%. Já no Brasil, os índices são inferiores:
48,3% para câncer de cólon e 42,4% para câncer de reto, revelando deficiências
no acesso a diagnóstico precoce e tratamento oportuno”, diz o
coordenador.
Entre as recomendações
dos especialistas, além do rastreamento, é que homens e mulheres a partir dos
50 anos façam exame, como os testes de sangue oculto nas fezes e, se
necessário, a colonoscopia. Pessoas com histórico familiar e outras
condições de risco devem iniciar esse acompanhamento mais cedo, conforme a
orientação médica.
‘’Para mudar esse cenário, é
urgente que o Brasil adote um programa nacional organizado de rastreamento.
Diferente de outros tipos de câncer, como mama e como colo do útero, ainda não
temos um sistema que convoque de forma sistemática a população alvo para exames
de de intestino e isso precisa mudar. A responsabilidade é coletiva’’,
complementa Scaff.

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