sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Esquerda também obstruiu votação em 2018, pedindo “Lula Livre”

Crítica à obstrução física realizada pela oposição no Congresso, nesta semana, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a esquerda fez um movimento similar no plenário da Câmara, em abril de 2018, depois que o presidente Lula (PT) foi preso na Operação Lava Jato.

Em 10 de abril de 2018, em protesto contra a prisão, deputados do PT, Psol, PDT e PCdoB entraram no plenário com faixas e cartazes pedindo “Lula Livre” e entoaram “Lula Livre” e “Lula, guerreiro do povo brasileiro”. Parte dos parlamentares participantes do ato chegou a se posicionar atrás da Mesa Diretora. A manifestação impediu o prosseguimento dos trabalhos legislativos no plenário.

O então líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), argumentou daquela vez que Lula era um “preso político”. “Foi condenado em um processo sem provas e sem crimes e teve sua prisão autorizada de maneira ilegal”, afirmou.

O então deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), por sua vez, disse que Lula era líder as pesquisas de intenção de votos para a presidência da República e, por isso, a oposição não podia aceitar sua prisão e a obstrução era o instrumento que tinham para protestar.

Já em relação ao ato desta semana, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigue (PT-AP), disse que não se tratava de obstrução, mas de “vilipêndio“ e um movimento similar aos atos de 8 de janeiro de 2023, quando o Congresso foi invadido e depredado por bolsonaristas.

“Eu acho que isso não é obstrução. Obstrução ocorre quando a sessão no Congresso Nacional ou das Casas é instalada, e legitimamente a oposição quer obstruir. Isso não é obstrução, é vilipêndio. Impedir o pleno funcionamento das Casas do Congresso Nacional é outro 8 de janeiro, que está sendo organizado, está em vigor, pelos mesmos que fizeram o ato terrorista de 8 de janeiro de 2023”, declarou Randolfe.

“O que ocorre hoje no Congresso Nacional é outro 8 de janeiro, é um vilipêndio ao funcionamento pleno do Congresso Nacional daqueles que estão a serviço de interesses estrangeiros, estão a serviço da impunidade e não querem que a agenda do Brasil avance. Nós estamos aqui querendo trabalhar e que a agenda do Brasil avance, e queremos ‘anistia’ para milhões de brasileiros que pagam imposto de renda, é essa anistia que queremos que seja votada”.

Ele prosseguiu: “E a anistia que eles querem é daqueles que cometeram crimes contra a democracia, contra as instituições”.

Na última terça-feira, 5, quando a oposição passou a ocupar a Mesa Diretor da Câmara, o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ) disse que o movimento era “inaceitável”. “Estamos esperando o presidente da Casa chegar para restabelecer os nossos trabalhos. É inadmissível que queiram parar na força o trabalho do Parlamento brasileiro. Isso não vamos aceitar”, pontuou.

A oposição desocupou as Mesas Diretoras da Câmara e Senado entre quarta-feira, 6, e esta quinta-feira, 7. A ocupação tinha o objetivo também de pressionar as Casas a avançarem com o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e outras matérias.

Tribuna do Norte

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