sábado, 12 de julho de 2025

Setor produtivo e governo irão discutir taxação dos EUA

Após o anúncio da taxação de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump na última quarta-feira (09), o setor produtivo do Rio Grande do Norte e o Governo do Estado irão se reunir na próxima terça-feira (15), a partir das 16h, para discutir as implicações e possíveis impactos dessa medida na economia potiguar. Conforme anunciado por Trump, a tarifa passará a valer para o Brasil a partir do mês de agosto.

A reunião convocada pelo Governo do Estado irá contar com as participações dos secretários Carlos Eduardo Xavier (Fazenda) e Alan Silveira (Desenvolvimento Econômico). Entre as instituições e entidades convidadas estão Fiern, Fecomércio, Faern, Sebrae, Apex Brasil, Codern, Intermarítima, Brava Energia e a Coex. Também foram convidados os sindicatos dos setores industriais que exportam para os Estados Unidos ou que possuem atividades relacionadas com esse mercado.

O encontro será realizado na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), no Centro Administrativo, em Lagoa Nova, Natal. O secretário de Agricultura e Pesca, Guilherme Saldanha, também deverá participar da reunião.

No convite, os secretários destacam a necessidade de se definir, em conjunto, uma estratégia diante dos possíveis impactos da tarifa imposta pelo presidente dos Estados Unidos ao Brasil, o que impactará diretamente o Rio Grande do Norte, que é um dos estados que exporta para os Estados Unidos.

“Diante da urgência da problemática e dos possíveis impactos econômicos da tributação americana sobre os produtos exportados pelo nosso estado, convidamos [os senhores] para uma reunião [com o intuito de] mobilizar os setores afetados e articular as melhores estratégias em prol do nosso desenvolvimento econômico”, declararam os secretários na convocação enviada aos dirigentes de federações empresariais, sindicatos e instituições que atuam nas áreas relacionadas à exportação.

Comércio exterior

Segundo dados do Observatório Mais RN, da Federação das Indústrias do Estado (Fiern), as exportações totais do RN para os Estados Unidos somaram US$ 67,1 milhões no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 120% no comparativo com o mesmo período de 2024, quando as vendas de produtos potiguares aos EUA totalizaram US$ 30,5 milhões.

De acordo com a Fiern, entre os produtos exportados que serão mais impactados caso a tarifa entre em vigor estão o atum e pescados de maneira geral, sal, petróleo e a fruticultura. Entidades do setor produtivo e o Governo do Rio Grande do Norte se posicionaram na última quinta-feira (10), preocupados com a decisão do mandatário norte-americano. Eles apontam que a taxação afeta investimentos, empregos e pode inviabilizar as exportações para alguns setores.

Em 2024, os principais produtos exportados pelo Rio Grande do Norte para os Estados Unidos foram peixes frescos ou refrigerados, seguidos por produtos de origem animal e itens de confeitaria sem cacau. As pedras de cantaria ou de construção e o sal também figuraram entre os cinco mais vendidos ao mercado norte-americano, o que evidencia a diversidade da pauta exportadora potiguar.

Já em 2025, os óleos de petróleo figuraram no topo do ranking das exportações, seguidos por peixes frescos, artigos de origem animal, pedras de cantaria ou de construção e produtos de confeitaria sem cacau. As importações, por sua vez, totalizaram US$ 41,8 milhões em 2024 e US$ 26,9 milhões em 2025.

“Embora o Rio Grande do Norte possua uma pauta diversificada no comércio exterior, as exportações e importações para o mercado norte-americano têm participação expressiva”, destacou o governo do RN em nota

Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário