“O desempenho confirma a
resiliência do consumo das famílias, mesmo diante da inflação ainda elevada no
grupo de alimentos e bebidas, que acumulou alta de 3,69% no semestre, acima da
inflação geral (+2,99%). Ao longo do semestre, o consumidor pesquisou preços,
trocou marcas, mas não reduziu o consumo em volume”, disse o vice-presidente da
Abras, Marcio Milan.
Segundo Milan, o recorte de
junho identificou alterações no perfil de consumo das famílias, na comparação
com junho do ano passado, mostrando migração de itens de menor preço para
opções intermediárias em algumas categorias. “A combinação entre a melhora do
mercado de trabalho e a circulação de recursos extras na economia parece ter
ampliado o espaço para escolhas menos restritivas por parte das famílias”,
afirmou.
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Abrasmercado
O Abrasmercado, indicador que
mede a variação de preços de 35 produtos de largo consumo, registrou queda de
0,43% em junho, após nove altas mensais consecutivas. A última deflação
ocorreu em agosto de 2024, quando a variação foi de -1,32%. Com o recuo, o
valor da cesta passou de R$ 823,37 em maio para R$ 819,81 em junho. Apesar da
redução no mês, os preços acumulam alta de 3,18% no semestre e de 9% no
intervalo de 12 meses.
Entre as proteínas animais que
mais contribuíram para a desaceleração no mês, destacam-se os ovos (-6,58%), a
carne bovina – corte traseiro (-1,17%) e dianteiro (-0,64%) – e o frango
congelado (-0,47%). A única alta foi registrada no pernil (+0,32%). No
grupo dos produtos básicos, sobressaíram-se as quedas do arroz (-3,23%), da
farinha de trigo (-0,66%), do óleo de soja (-0,59%), do feijão (-0,49%) e do
leite longa vida (-0,25%).
No hortifrúti, a batata
(-1,90%) e a cebola (-0,13%) registraram queda, enquanto o tomate apresentou
aumento (+3,25%), o que pressionou o indicador. Em higiene e limpeza,
o comportamento foi predominantemente de alta, com variações no creme dental
(+0,09%), xampu (+0,55%), sabonete (+0,71%) e papel higiênico (+0,82%). Entre
os itens voltados à limpeza doméstica, os aumentos foram registrados no
desinfetante (+1,69%), sabão em pó (+0,85%) e detergente líquido para
louças (+0,37%). Já o preço da água sanitária (-0,01%) ficou estável.
Quando analisadas as regiões,
a maior queda foi registrada no Sudeste (-0,79%), onde a cesta passou de
R$ 843,48 para R$ 836,85. Em seguida, aparecem o Centro-Oeste (-0,36%), com
redução de R$ 774,85 para R$ 772,03; o Nordeste (-0,32%), com queda de R$
733,36 para R$ 730,98; e o Sul (-0,25%), onde os preços recuaram de R$ 899,87
para R$ 897,63. No Norte (+0,04%), houve leve alta, e os preços subiram de
R$ 888,15 para R$ 888,51.
Agência Brasil

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