O grupo conta com a
participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), da
Casa Civil, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Fazenda, e
será coordenado pelo vice-presidente e titular do MDIC, Geraldo Alckmin.
Em declaração à imprensa na
tarde desta segunda-feira (14), no Palácio do Planalto, Alckmin deu
detalhes sobre as conversas. As duas primeiras reuniões ocorrerão nesta
terça-feira (15), na sede do MDIC, em Brasília.
A primeira, agendada para as
10h, reunirá setores industriais que têm mais relação de comércio exterior com
os EUA, como empresas de aviação, aço, alumínio, celulose, máquinas, calçados,
autopeças, entre outros. Devem participar entidades setoriais e, em alguns
casos, as próprias empresas. Um representante do Ministério de Portos e
Aeroportos também deve comparecer.
Na parte da tarde, às 14h, as
empresas do agronegócio serão recebidas, incluindo setores que exportam suco de
laranja, carnes, frutas, mel, couro e pescado. Neste caso, além das quatro
pastas que integram o comitê, representantes do Ministério da Agricultura
(Mapa), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Ministério da Pesca
participarão da reunião.
"Essa é a primeira
conversa, mas nós vamos dar continuidade a esse trabalho. E vamos também marcar
com entidades e empresas americanas, porque tem uma integração de cadeia.
Então, é evidente que as empresas americanas também vão ser atingidas. Vamos
conversar com as empresas americanas e com a Câmara de Comércio Exterior
Brasil-EUA (Amcham)", afirmou Alckmin.
Ele citou, por exemplo, o fato
de o Brasil importar carvão siderúrgico dos EUA para fabricar aço semiplano e
depois vender esse aço de volta ao mercado norte-americano, que produz motores
e outros produtos de maior valor agregado.
Segundo Alckmin, ele não foi
procurado por autoridades americanas desde o anúncio de Trump, mas informou
que, antes do tarifaço, o Brasil já havia encaminhado proposta sobre taxas
comerciais para autoridades dos EUA.
"No dia 16 de maio foi
encaminhada, até em caráter confidencial, uma proposta de negociação para os
Estados Unidos e não foi respondida ainda", revelou.
O vice-presidente chegou a se
reunir com secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o embaixador
Michael Grier, um alto funcionário do Representante Comercial dos EUA (USTR).
A expectativa de Alckmin é de
que a participação dos setores empresariais brasileiros diretamente atingidos
pela tarifa ajude a mobilizar empresas norte-americanas. O vice-presidente
negou especulações de que o Brasil teria solicitado redução da tarifa neste
momento.
"O governo não pediu
nenhuma prorrogação de prazo e não fez nenhuma proposta sobre a alíquota, sobre
o percentual. O que nós estamos fazendo é ouvindo os setores mais envolvidos,
para o setor privado também participar e se mobilizar com seus congêneres e
parceiros nos Estados Unidos, fazer essa articulação e o governo também o fará.
Todo o empenho em rever essa questão [tarifa], porque ela é totalmente
inadequada", observou.
Agência Brasil

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