A Casa Durval Paiva se tornou
um espaço de acolhimento integral e humanizado. O presidente da instituição,
Rilder Campos, atribui a consolidação da Casa às parcerias sólidas construídas
ao longo dos anos. “Primeiro com a sociedade, porque o grande financiador da
casa é a sociedade. São pessoas físicas que doam todo mês, são quase 20.000
pessoas que todo mês estão contribuindo”, explica.
Além do financiamento recorrente por meio da população, a instituição conta com
o apoio de empresas e organizações nacionais e internacionais, o que
possibilita a manutenção e expansão de suas atividades. A atuação da Casa
Durval Paiva vai além do atendimento clínico, incorporando ações preventivas,
projetos educacionais e iniciativas como o “Projeto Vida”, que reforma ou
constrói moradias para pacientes em situação de vulnerabilidade social. “Na
reforma a gente já fez mais de 150 e na construção mais de 117. Casa que tem 40
m², dois quartos, sala, cozinha e banheiro”, afirma Rilder.
Rilder Campos, fundador e
presidente da Casa Durval Paiva | Foto: Adriano Abreu
Uma das principais preocupações atuais da Casa é o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, desafio que ainda impacta diretamente nas chances de cura dos pacientes no Rio Grande do Norte. Segundo Rilder, dos 167 municípios, apenas dois fazem diagnóstico: Natal e Mossoró. “Esse diagnóstico quase sempre é tardio. A chance de cura que é altíssima, 80, 90%, ela cai assustadoramente”, aponta Rilder.
Andreia Silva, 43, mãe de Yann, 18, paciente atendido desde 2022, conta que o
espaço chega principalmente no acolhimento emocional e na saúde mental. “Aqui a
gente não se trata como paciente entre nós, a gente trata como família, porque
a gente se apega”, relata.
Esse apoio vai além do paciente. A Casa também se preocupa com o futuro dos
acompanhantes, como mães que deixam suas atividades profissionais para se
dedicarem integralmente ao tratamento dos filhos. Através da “Casa dos
Ofícios”, cursos de formação são oferecidos, promovendo inclusão produtiva. “Eu
não sabia nada de trabalhos manuais. Depois que eu vim pra cá, conheci a Casa
dos Ofícios, aprendi até costurar”, conta Andreia.
Outro relato marcante é o de Maria das Vitórias, 33, mãe de Maria Vitória, 11,
que há oito anos enfrenta o tratamento de um neuroblastoma. Vindas de Santa
Cruz, no interior do estado, encontraram na Casa Durval Paiva um suporte
essencial. “Está sendo nossa segunda casa, porque aqui a gente encontra outras
mãezinhas. É uma rede de apoio mesmo que a gente necessita”, relata.
A estrutura que hoje se vê consolidada começou de uma história pessoal e
dolorosa. Em 1994, Fernando Paiva Campos, filho de Rilder, foi diagnosticado
com retinoblastoma, um câncer infantil. A experiência de acolhimento recebida
nos Estados Unidos inspirou a criação de um espaço semelhante no Brasil. Em
1995, com a doação de um imóvel pelo avô de Fernando, nascia a Casa Durval
Paiva, nomeada em homenagem ao avô paterno do menino.
Celebração
A comemoração pelos 30 anos da Casa Durval Paiva acontece nesta sexta-feira
(11), a partir das 20h, no Versailles Recepções, em Natal. O evento solidário,
no formato all inclusive, terá buffet completo, bebidas premium, manobrista e
atrações musicais como DJ Bruno Giovanni, Uskaravelho, Rebekka Martins, Léo
Ricci e Diogo das Virgens. Toda a renda será revertida para os projetos da
instituição. Os ingressos estão à venda por R$ 350 na Tota Tabacaria
(Petrópolis) e na Casa Durval Paiva.
Tribuna do Norte

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