quinta-feira, 10 de julho de 2025

ALRN vota LDO 2026 e mantém freios aos gastos do governo

A Assembleia Legislativa encerra suas atividades no primeiro semestre com a discussão nesta quinta-feira (10), do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026, último ano do governo Fátima Bezerra (PT). Relator da matéria na Comissão de Finanças e Fiscalização (CFF) da Casa, o deputado estadual José Dias (PL), acha que seu parecer será aprovado em plenário sem muitas mudanças: “Pra ser sincero, eu acredito até que há um ambiente favorável, porque a coisa tem lógica, não modificamos quase nada”.

O deputado José Dias explicou que não foram aprovadas muitas alterações na reunião do dia 2 da CFF no texto original do Executivo, que prevê uma receita total de R$ 23,5 bilhões em 2026. “O que a gente colocou de diferente do governo, já tinha posto em anos anteriores. Não há nenhuma novidade”, disse.

Dentre as emendas que considera mais importante, o relator da LDO-2026 explica que repetiu-se a autorização para o Executivo remanejar 10% dos orçamentos fiscal e da seguridade social, que o governo “insistiu em 15%”, embora até maio, quando o governo enviou o projeto da LDO para Assembleia, “tivesse remanejado apenas 0,66% do que foi autorizado no orçamento de 2025”.

Entretanto, Dias avisou que existe “a possibilidade de elevação para 15% se houver decreto de calamidade reconhecido pela Assembleia. A presença dessa Emenda é para se um maior controle dos gastos públicos pela Casa, buscando minimizar eventuais excessos e reduzir o percentual de autorização de remanejamento para, igualmente, reduzir a possibilidade de descaracterização do orçamento que será aprovado pelo Poder Legislativo”.

José Dias disse que “outra coisa é que a questão das emendas parlamentares, que a a governadora do Estado não tem pago corretamente. Não é nem o problema de não pagar as emendas. É pagar uns e não pagar não pagar outros”, declarou José Dias, a respeito da repetição de emenda feita também no ano passado, no sentido de obrigar o Executivo “pagar pelo menos 50% das emendas no primeiro semestre e os outros 50% no segundo semestre”.

José Dias informou, ainda, que foi suprimido o artigo que delimitava em 0,0005% da Receita Corrente Líquida (RCL), o valor global das emendas dos 24 deputados estaduais.

Segundo Dias, o relatório fixou um valor mínimo de R$ 30 mil para “não ficar pulverizado demais, porque a daria realmente uma burocracia muito grande, mas esse valor quem fixa é a Assembleia, não é competência do Executivo”.

Assim, as emendas parlamentares individuais e impositivas deverão ser liberadas metade do valor até o dia 30 de junho do exercício fiscal e o valor eventualmente restante dessas emendas deverá ser pago até o dia 30 de novembro do mesmo exercício fiscal.

Também foi encartada uma emenda, segundo Dias, suprimindo o percentual de 0,5% para atender ações do chamado orçamento participativo.

“Não somos a favor, nem contra o governo fazer o orçamento. Faça o que quiser, agora, não pode colocar um percentual que vai tirar do orçamento dos outros Poderes. O orçamento já tem os percentuais de cada Poder e esse orçamento participativo é do Executivo. E como estava colocado, retirava dinheiro de todos os poderes”, ressaltou Dias.

A fim de subsidiar discussão do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2026, que deve chegar à Assembleia em setembro, o relator incluiu emenda aditiva para que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) encaminhe ao parlamento informações consolidadas sobre a efetividade dos programas e ações governamentais auditadas e fornecer subsídios técnicos para a execução e o resultado das políticas públicas, como medida fortalece o controle legislativo, ampliar a transparência e contribuir para decisões orçamentárias mais fundamentadas.

Para Dias, uma emenda importante modificou artigo para incluir despesas nas medidas de transparência mensal. O texto original previa somente a divulgação mensal das receitas: “Claro que isso é uma necessidade premente e é uma obrigação legal a divulgação tanto da receita como da despesa”.

Durante a votação do parecer na CFF, o relator disse que no curso da tramitação do PLDO de 2026, “não foram recebidas sugestões formais encaminhadas pelos outros Poderes e órgãos autônomos”, desabafou.

Tribuna do Norte

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