Com a faixa 4 já em vigor,
famílias com renda mensal de até R$ 12 mil podem financiar imóveis de até R$
500 mil, com prazos estendidos e condições mais acessíveis. Antes, o teto do
MCMV era para imóveis de até R$ 350 mil e o programa atendia famílias com renda
de até R$ 8 mil na faixa 3. A faixa 4 não oferece subsídios do Governo Federal
e tem taxa de juros de até 10% ao ano.
Interlocutores do mercado
imobiliário informaram à TN que os imóveis que passam a ser abarcados pela nova
faixa estarão mais ao centro de Natal, por exemplo, em áreas como Lagoa Nova,
Capim Macio, Ponta Negra, Candelária, Tirol, Petrópolis, entre outras. Em
média, os apartamentos podem ter de 50 a 100m², a depender das localizações.
Fora da capital, cidades como Parnamirim e Mossoró podem receber projetos nesse
sentido.
Segundo Gabriel Wanderley,
conselheiro fiscal do Sindicato da Indústria da Construção Civil no RN
(Sinduscon-RN), a nova faixa passa a ser atrativa para a classe média e pode
fazer girar o mercado imobiliário do Estado, com novos lançamentos e oportunidades.
“Natal está aquecido com
muitos lançamentos de alto padrão, mas a classe média não tinha lançamentos,
porque essa classe estava oprimida de acesso a financiamentos imobiliários. O
construtor, o incorporador, antes de lançar vê a demanda, que era baixa devido
ao acesso. Com essa faixa 4, cria-se novamente, pelo menos parcialmente, uma
demanda”, comenta Gabriel Wanderley.
“Hoje em Natal temos muitos
imóveis prontos – ou já terminando a construção – que se enquadram nessa
classe, que estavam em estoque, e vai ser interessante porque vamos observar,
trimestralmente, como vai ficar o estoque da capital. E a partir do momento que
esse estoque começar a baixar com as vendas da faixa 4, com certeza vai
fomentar lançamentos para esse público”, acrescenta.
Quem exemplifica essa situação
é a gestora comercial da MRV no RN, Renata Melo. Ela explica que as mudanças no
MCMV podem contribuir para a redução do déficit habitacional no Brasil. Renata
cita que o Beach Plaza, em Ponta Negra, por exemplo, deve ficar pronto no
primeiro semestre de 2027 e ser incluído nessa nova faixa. Ela cita ainda que a
MRV possui land banks (banco de terrenos) em Natal, com perspectiva de se
antecipar lançamentos para o final de 2025 com a implementação da nova faixa.
“Vemos isso com bons olhos em
virtude de que temos uma renda per capita alta em Natal, um público aderente
com esse novo programa de rendas de R$ 8 até 12 mil. Temos produtos atualmente,
como o Beach Plaza, que entram nessa faixa de R$ 350 mil a R$ 500 mil, então o
mercado volta a se aquecer com essas faixas de renda e imóveis e abre mais uma
faixa de clientes que podem aderir ao programa, diminuindo, assim, o déficit
habitacional. Por mais que a renda seja relativamente mais alta, tem muitos
clientes que ainda não conseguiram adquirir seu primeiro imóvel”, explica.
Para Moisés Marinho, diretor
secretário do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RN), as
mudanças são positivas para o mercado imobiliário. “Essa faixa 4 beneficia
compradores que têm interesse em adquirir imóveis mais próximo da capital, ou seja,
imóveis em torno de R$ 500 mil. Às vezes a pessoa tem um sinal (valor em
dinheiro), um carro, então mesmo que o imóvel seja um pouco acima, no
financiamento até R$ 500 mil se tem condições de se comprar imóveis mais
atraentes e mais próximos ao centro da capital”, afirma.
Já Renato Gomes Netto,
presidente do Sindicato da Habitação no RN (Secovi-RN), aponta que mesmo as
mudanças sendo positivas para o Estado, ainda é necessário aguardar para a
chegada dos lançamentos. “Estamos passando, ainda, por um momento de
readequação do mercado imobiliário de Natal. O grande problema da faixa 4 do
MCMV para Natal é ainda a falta de imóveis que sejam atingidos por esse padrão.
Praticamente não temos quase nenhum empreendimento nessa faixa. Acho bacana
essa linha de crédito que pode vir a dar uma nova aquecida no mercado, mas
agora não temos empreendimentos para essa faixa”, pondera.
Tribuna do Norte

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