"É um projeto que reforçará a nossa posição como líderes em
energia limpa, e também abrirá portas para uma economia mais verde e
próspera", disse o deputado George Soares.
O Porto Indústria Verde é um sonho do Rio Grande do Norte para alavancar a
economia, possibilitando e facilitando a produção de energia offshore (em
alto-mar), assim como também é prevista a instalação de diversas
indústrias, incluindo de hidrogênio verde e até de aço. O projeto está
orçado em R$ 5,6 bilhões e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) atuou diretamente na elaboração do projeto.
Pesquisador da UFRN e que esteve à frente dos estudos que indicaram o local
ideal para o porto, o professor Mário González explicou os levantamentos
que foram realizados para que se indicasse a viabilidade econômica do
empreendimento. Segundo ele, o Rio Grande do Norte é o maior produtor de
energia eólica em terra do país e é responsável por 32% de toda a produção.
Além disso, outro levantamento também apontou que a produção de hidrogênio
verde no Rio Grande do Norte seria uma das mais baratas do mundo.
Na exposição, o pesquisador apontou que o porto vai agregar valor para a
área de energia eólica offshore, com potencial de 55GW em áreas rasas;
produção de aço verde, utilizando as reservas de minério de ferro e
produzindo e exportando o material e outros produtos metálicos verdes;
implantação de montadoras de carros movidos a hidrogênio verde e a própria
produção de hidrogênio verde.
Além disso, o especialista também expôs que foi levado em consideração que
o Rio Grande do Norte, por ser líder em energia eólica onshore, também pode
ter a instalação de fábricas dos componentes utilizados, assim como o porto
pode ser utilizado para a produção de fertilizantes através de amônia verde
e e-metanol.
"Caiçara foi indicada devido a uma série de fatores de posicionamento
e o porto terá uma vocação diferente. Além de ser a porta de saída de
produtos, também vai se produzir a carga no completo", explicou Mário
González. "O porto não é para uma ou duas gerações. Ele tem que ser
pensado para sempre", finalizou.
O coordenador de Desenvolvimento Energético da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte (Sedec), Hugo Fonseca,
expôs o andamento das tratativas para viabilização do porto. Em sua
apresentação, ele dividiu o processo em sete fases, das quais a primeira,
que é a de estudos de viabilidade, já foi encerrada. De acordo com ele, os
trabalhos para licenciamento, com contratação de estudos e entrada de
processo no Ibama, estão em andamento. Da mesma forma, também estão em
andamento os levantamentos sobre a autorização junto à Secretaria dos
Portos, desapropriações e a elaboração do projeto básico. Esses pontos
correspondem às fases 3, 4 e 5 e, segundo Hugo Fonseca, estão tramitando
concomitantemente.
Posteriormente, ainda de acordo com o representante do Governo do Estado,
será discutida a licitação para a Parceria Público Privada de exploração do
local e, por fim, a licitação de instalação. "Queremos dar entrada no
Ibama o mais brevemente possível e dar andamento a essa obra, que é a
correção de erros de mais de 30 anos, quando o Rio Grande do Norte viu os
vizinhos crescerem e nós perdemos oportunidades", disse Hugo Fonseca.
"Vamos nos posicionar para dominar o setor".
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, já
há diversas empresas interessadas no projeto e, para ele, deverão disputar
o porto em licitação, pelo menos, um consórcio com empresas europeias e
outro com participação da gigante China Communications Construction Company
(CCCC). "O porto é um momento único para nossa economia", disse
Jaime Calado.
O deputado George Soares explicou que a expectativa é que sejam criados 25
mil empregos imediatos, com possibilidade de chegarem a 50 mil postos de
trabalho em cinco anos, além de incremento significativo em impostos e
instalação de 140 GW de energia offshore. Como presidente da Frente
Parlamentar de Apoio às Energias Renováveis, Soares disse que seguirá
atento à proposta e à disposição para a contribuição.
"A importância desse projeto é indiscutível, e a agilidade no processo
é essencial para que possamos colher os benefícios o mais breve possível.
Reitero nosso compromisso em apoiar e tornar o estado cenário favorável
para atrair investidores e concretizar esse porto. Estamos empenhados
em criar condições ideais para que o Rio Grande do Norte seja um polo de
referência na produção e exportação de energia limpa, hidrogênio verde e
outros produtos verdes, gerando empregos e promovendo desenvolvimento
sustentável ao nosso estado", disse George Soares.
Ainda na audiência, o deputado George Soares e o secretário Jaime Calado
explicaram que novas audiências públicas serão realizadas durante todo o
projeto para que sejam atendidas as demandas da sociedade, analisando o impacto
que a obra trará aos moradores da região e, principalmente, à pesca.
"Os estudos sobre isso ainda não começaram. A Assembleia que se
antecipou. Certamente, tudo isso será discutido e está sendo analisado
nos estudos sobre o projeto. A preocupação das comunidades também é a
nossa", garantiu o deputado.
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