A Educação Inclusiva no ensino médio e superior foi tema de discussão na tarde
desta quarta-feira (14), na Assembleia Legislativa do Rio Grane do Norte. Por
iniciativa do deputado Hermano Morais (PV), dentro da Frente Parlamentar em
Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, a discussão reuniu
autoridades no tema e sociedade civil organizada para tratar sobre ações que
poderão melhorar as condições dos estudantes que têm necessidades específicas
no estado.
"O objetivo desta audiência foi tratar sobre alunos das redes público e
privadas, médio ou superior, que possuam necessidades educacionais específicas.
O propósito é exatamente fazermos uma avaliação de tudo o que foi feito e está
em curso atendendo ao segmento, e o que precisamos fazer para dar melhor
condição de ensino e aprendizado aos nossos jovens", disse o deputado.
Representando a secretaria de Educação do Rio Grande do Norte, a
subcoordenadora da Educação Especial da pasta, Maria do Carmo, apresentou dados
sobre o atendimento que é prestado na rede pública no Rio Grande do Norte.
Segundo ela, até maio, o estado tinha com 7.688 estudantes na rede pública
estadual, sendo ensino fundamental e médio, inseridas na rede organizacional de
apoio à educação especial. Dessas, 1.846 são estudantes com Transtorno do
Espectro Autista. Ao todo, 467 estudantes cursam o ensino médio. Segundo ela, o
estado possui 371 salas de recursos, com 2.739 estudantes apoiados, seja em
escolas ou centros.
"Temos impregnada na sociedade uma cultura de exclusão. É um prazer
participar dessa audiência para aprimorar nossas políticas. Temos uma amplitude
de diretrizes politicas, leis, mas temos que aprimorar a cultura.
Reorganizarmos nossas concepções, ressignificarmos e estruturarmos melhor
nossas práticas. Vamos buscar atender as proposições que foram colocadas e
somaram imensamente. Temos os registros do que podemos aprimorar nosso
caminhar", disse a subcoordenadora.
No debate, representantes do Coletivo Neurodivergente da UFRN apresentaram a
situação que é enfrentada pelos jovens que precisam de melhores condições na
educação, seja no ensino superior ou no ensino médio, tanto na educação pública
quanto privada. O tema, inclusive, será discutido durante o II Encontro pela
Neurodivergência, que ocorre na quinta e sexta-feira (16), na UFRN. O encontro
tem como norte a integração das diferentes áreas do conhecimento com as
temáticas sobre inclusão e acessibilidade no ensino superior, discutindo as
políticas públicas educacionais para estudantes neurodivergentes.
Segundo a coordenadora do encontro, a professora Josemery Alves, as pessoas
neurodivergentes são indivíduos que têm impedimento de longo prazo, que não
conseguem competir em pé de igualdade porque têm barreiras. Por isso, ela
defende que a sociedade olhe e busque viabilizar condições para que essas
pessoas trabalhem na mesma perspectiva dos demais alunos.
"Temos que buscar acessos para eles ingressarem, mas precisamos também dar
as condições para que continuem e concluam o ensino, se preparando para
ingressar no mercado de trabalho", cobrou, relatando ainda que várias
práticas tidas como inclusivas não têm conseguido cumprir os objetivos.
"Muitas vezes, pessoas neurodivergentes não estão incluídas e inseridas,
estão somente nos mesmos espaços", alertou.
Na audiência, ocorreram divergências sobre os dados apresentados pelo Poder
Público e se, de fato, o atendimento ocorria da maneira adequada. Representando
a OAB/RN, o advogado Bruno Henrique Saldanha destacou que há uma dificuldade no
oferecimento do serviço adequado, mas comemorou que tenha ocorrido um aumento
no conhecimento por parte da população e nos diagnósticos de pessoas
neurodivergentes.
Para Hermano Morais, a discussão foi importante para esclarecer sobre a real
situação e também para deixar claro que seu mandato está à disposição para
colaborar no Legislativo com a luta pela inclusão na educação desse grupo.
"Queremos que os direitos sejam garantidos e sejam uma prática da
sociedade, que ainda é bastante preconceituosa. É importante que chegue ao
nosso conhecimento essas sugestões para que possamos atuar enquanto Poder
Legislativo. Soluções que estejam ao nosso alcance, nosso mandato sempre estará
à disposição para acolhê-los no que for interessante à sociedade",
garantiu o deputado.
quinta-feira, 15 de junho de 2023
Audiência debate melhorias para educação inclusiva no Rio Grande do Norte
Crédito da(s) Foto(s): Eduardo
Maia
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