A restituição de valores para
turistas estrangeiros por meio de isenção dos impostos, chamada Tax Free,
provocaria aumento nos gastos deles no Brasil, e resultaria em uma movimentação
financeira anual para o país de US$ 411,6 milhões, o equivalente a R$ 2,1
bilhões.
A conclusão é da pesquisa
Turismo Internacional: Satisfação e Consumo no estado do RJ e Tax Free,
realizada em março, pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises do Rio de
Janeiro (IFec RJ), com turistas estrangeiros na área de embarque do Aeroporto
Internacional Galeão Tom Jobim, zona norte do Rio.
Os dados mostram que, enquanto
o consumo médio por turista sem o programa é de US$ 542,9, com a implantação da
isenção os turistas passariam a gastar US$ 665,5 em média.
Dentre os entrevistados, 48,7%
já ouviram falar de Tax Free e, entre eles, 27,3% acham que a isenção
tributária é importante para efetuar as compras.
A pesquisa mostra que 50,7%
dos turistas entrevistados já se beneficiaram de programas semelhantes em
viagens a outros países que adotam Tax Free. Após explicar como funciona a
restituição para quem a desconhecia e para os que já conhecem, 53,7% afirmaram
que ela estimula o consumo: “73% acham que o Brasil deveria adotar o programa
de reembolso, sendo que 46,2% revelaram que gastariam mais ou passariam a
comprar com a adoção da medida”, diz nota do IFec RJ.
Rio de Janeiro
Para 74,5% dos entrevistados,
o Rio de Janeiro é um bom lugar para férias e compras, além de não ser caro.
Enquanto estavam em viagem pelo estado, 60,5% dos turistas internacionais
fizeram compras.
As roupas foram os produtos
mais comprados e alcançaram 64,1% na preferência desses visitantes. Já os
gastos com alimentos e bebidas para serem levados para seus países de origem
chegou a 37,2%.
O Brasil não adota o sistema
de reembolso que, geralmente, é restituído ao turista na saída do país, mas há
projetos em tramitação no Congresso com esta proposta.
O estudo mostra que 83,4% dos
entrevistados escolhem o Rio para turismo, lazer e passeio. Para outros 11,3%,
o motivo da viagem são os negócios. O tempo médio de pernoite dos visitantes é
de dez dias, mas entre eles 48,9% ficam em média entre oito e 30 dias no
estado.
Hospedagem
A maioria dos turistas
estrangeiros no Rio prefere se hospedar em hotéis (64,4%) e pousadas (20,7%).
Na sequência, a preferência são os imóveis ou quartos alugados via plataformas
digitais (17,7%), com a predominância do Airbnb.
Os gastos de 49,9% dos
turistas pesquisados ficaram entre US$ 201 e US$ 1.000, sendo a média de US$
542,9.
“Por ser um destino amigável
para compras, se comparado aos seus países de origem, os turistas gastariam em
média US$ 786,6 com os mesmos produtos comprados no Rio”, indicou o estudo.
A importância de ter uma
lembrança da viagem (55,9%) foi o principal fator para a decisão de compra
desses turistas. Em seguida, vieram o valor mais baixo do que em seu país
(31,5%) e a qualidade do produto comprado (26,1%).
Para Otavio Leite, consultor
da Presidência da Fecomércio RJ e doutorando em Turismo, a pesquisa é um bom
termômetro de como o setor turístico e o comércio devem se comportar:
"Na pesquisa mostramos a
percepção da satisfação do turista estrangeiro e o potencial de crescimento que
a cidade e o estado têm para o consumo. O Rio é lazer, mas também é amigável
para compras por se tratar de um destino barato, com preços responsáveis."
Pesquisa
Ao todo, foram ouvidos 866
turistas estrangeiros, entre os dias 7 e 14 de março, levando em consideração a
proporcionalidade do destino de procedência dos turistas contida no Anuário
Estatístico de Turismo 2020, ano-base 2019, do Ministério do Turismo, relativamente
ao desembarque no Rio de Janeiro.
A Fecomércio informou que o
objetivo da sondagem foi mensurar os benefícios que um programa de reembolso,
como o Tax Free, pode proporcionar ao setor do comércio de bens, serviços e
turismo do estado do Rio de Janeiro, além de apurar indicadores de satisfação e
compreender o comportamento de compras e o perfil dos turistas que estiveram no
Rio de Janeiro.
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