sexta-feira, 21 de abril de 2023

Campos Neto responde Rodrigo Pacheco e reforça autonomia do BC

No momento mais aguardado do Lide Brazil Conference em Londres, Campos Neto respondeu à “súplica” feita ontem pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pela redução “imediata” da taxa de juros.

“O Banco Central é um órgão técnico, que toma decisões baseadas em critérios técnicos. O timing técnico é diferente do timing político”, disse. “Por isso que a autonomia (do BC) é importante: para dar à sociedade a garantia de que a gente tem funcionários técnicos e que tomamos decisões sem viés político”.

Em sua palestra na manhã de ontem no evento do Lide com empresários e autoridades em Londres, Pacheco fez coro às pressões do PT e do Palácio do Planalto pela redução da taxa de juros, que está em 13,75%. Antes da fala de Campos Neto nesta sexta-feira, Pacheco voltou a falar na “reivindicação” e “súplica” do Senado para que se reduza a taxa de juros.

No debate após sua fala, Campos Neto foi questionado se a autonomia do Banco Central estaria sob risco e minimizou a pressão do governo federal. “O debate sobre juros é normal. A autonomia do Banco Central não está em risco”, respondeu.

O presidente do BC voltou a elogiar o projeto de arcabouço fiscal, enviado na terça-feira pelo governo ao Congresso. “O arcabouço fiscal está na direção certa. É preciso trabalhar a comunicação. Pode ser que tenham reparos e melhorias no Congresso”, opinou.

O tema do arcabouço uniu os presidentes do Senado e do Banco Central. Rodrigo Pacheco disse que o projeto enviado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi recebido com “otimismo” no Senado. “A linha apresentada pelo ministro Fernando Haddad agradou de sobremaneira a maioria dos líderes que compõem o Senado Federal”, comentou Pacheco. “Eu devo reconhecer que o teto de gastos foi muito útil para sustentar o Brasil em crises agudas. Mas chegou o momento de haver a substituição do teto de gastos”.

Conteúdo: Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário