Uma parte de uma das unidades de
geração de energia da usina nuclear de Zaporizhzhia , a maior da Europa, ficou
diante da ameaça de fogo, depois de ataques das tropas russas, disse o
ministério de energia da Ucrânia. Bombeiros tentavam ontem à noite extinguir o
incêndio. Eles chegaram a ser impedidos por soldados russos, mas depois foram
autorizados a entrar na usina para debelar o fogo.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) monitora a situação e disse estar em contato com autoridades ucranianas. A usina fornece 25% da energia da Ucrânia.
As informações oficiais indicavam, até o encerramento desta edição, que não houve vazamento significativo de radiação.
O governo ucraniano informou para a Agência Internacional de Energia Atômica que não registou alterações nos níveis de radiação em Zaporizhzhia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ligou para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky e disse acompanha as informações sobre o incêndio na usina nuclear de Zaporizhzhia, noticiaram as agências de notícia internacionais.
O porta-voz da usina Zaporizhzhia, Andriy Tuz, disse à televisão ucraniana que os projéteis russos caíram sobre aa usina e incendiaram uma das seis unidades de energia da instalação, a maior usina nuclear da Europa. Não está claro que tipo de projéteis atingiram o prédio, que está em reforma e sem funcionar. Segundo o porta-voz, no entanto, há combustível nuclear dentro da instalação.
Inicialmente chegaram a circular informações segundo as quais um funcionário do governo da Ucrânia teria dito que níveis elevados de radiação foram detectados perto do local da usina. Mas agência russa RIA deu uma versão diferente e garantiu que os níveis de radiação de fundo permanecem inalterados.
O chanceler da Ucrânia acusou os russos de dispararem contra a usina em todas as direções. "Se houver uma explosão, pode ser dez vezes pior que o ataque de Chernobyl", disse Dmitro Kuleba em sua conta no Twitter. Ele exigiu que os russos interrompam o ataque à usina.
Combates
O prefeito Dmitro Orlov havia relatado anteriormente combates ferozes entre tropas ucranianas e russas perto da fábrica no sudeste da Ucrânia. "Como resultado do contínuo bombardeio inimigo de prédios e unidades da maior usina nuclear da Europa, a usina nuclear de Zaporizhzhia está pegando fogo", disse Orlov em seu canal Telegram, citando o que chamou de ameaça à segurança mundial. Ele não deu detalhes.
Orlov gravou uma pequena mensagem em vídeo que foi compartilhada em vários meios de comunicação ucranianos locais, pedindo às tropas russas que parem imediatamente de bombardear a usina
Incêndio
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, publicou em sua conta no Telegram o vídeo de um canal no Youtube do que seria o momento do ataque russo contra a usina Zaporizhzhia, a maior usina nuclear da Europa, que pegou fogo.
Um funcionário do governo americano afirmou que a Casa Branca está monitorando a usina nuclear de Zaporizhzhia, onde autoridades ucranianas dizem que um incêndio começou quando as tropas russas atacaram "de todos os lados".
Chernobyl
Nos primeiros dias da invasão, o Exército russo tomou a usina de Chernobyl, que está desativada, mas tem renovado os ataques contra centros de produção de energia movidos a carvão, numa tentativa de cortar o fornecimento de energia de grandes centros urbanos.
Mais cedo, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mariano Grossi, disse que “um grande número de tanques e infantaria russos” havia entrado na cidade próxima ao complexo de energia nuclear de Zaporizhzhia e que as tropas de infantaria estavam “se movendo diretamente para” o local do reator.
A comissária europeia de Energia, Kadri Simson, afirmou que a União Europeia trabalha em um "plano de contingência" para uma eventual decisão da Rússia de atacar as usinas nucleares da Ucrânia, que conta com 15 reatores operacionais em 4 centrais, além da zona de exclusão de Chernobyl, onde há 4 reatores fechados.
Biden pede para encerrar ataque à
usina nuclear
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ontem juntamente com seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, que a Rússia "cesse as atividades militares" perto da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudeste do país, após a deflagração de um incêndio na central.
A conversa entre os dois líderes ocorreu após um incêndio ter sido relatado nesta usina nuclear, uma das maiores da Europa, em meio a combates na Ucrânia após a invasão russa.
De acordo com um breve comunicado da Casa Branca, Biden e Zelensky concordaram em "pedir à Rússia que cesse as atividades militares na área e permita que serviços de emergência acessem o local".
Biden também conversou com a diretora da Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA) dos EUA, Jill Hruby, para receber um relatório sobre a situação na usina ucraniana.
O Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia informou onte à noite que um incêndio começou do lado de fora da usina nuclear localizada na cidade de Enerhodar.
"A condição do incêndio em usinas nucleares está dentro das normas", disse o órgão estatal em sua conta no Telegram.
Anteriormente, o prefeito da cidade, Dmitry Orlov, havia informado que o incêndio na usina nuclear começou depois que as forças russas dispararam contra a central e que uma ameaça à primeira unidade foi declarada após ser atingida por projéteis.
Por sua parte, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, pediu que se detenha o uso da força e alertou para o risco de atingir os reatores nucleares da usina.
No entanto, o órgão regulador ucraniano garantiu à AIEA que "nenhuma mudança nos níveis de radiação foi relatada no local da usina nuclear", de acordo com uma mensagem postada no Twitter pela agência internacional.
A Ucrânia, atacada e invadida há oito dias pelo Exército russo, tem 15 reatores operacionais em quatro usinas atômicas, além da zona de exclusão de Chernobyl, onde há quatro reatores fechados.
Corredor
A Rússia e a Ucrânia concordaram ontem sobre a necessidade de um corredor humanitário para a saída de civis das cidades em guerra, segundo afirmaram os negociadores de ambos países após o encontro diplomático desta quinta-feira, 3. O acordo envolve um possível cessar-fogo durante as operações de retirada.
Cerco a cidades deixa um milhão
de refugiados
Em apenas uma semana de conflito, o cerco da Rússia a cidades ucranianas já deixou mais de um milhão de refugiados - mais da metade buscou proteção na Polônia. É o êxodo mais rápido do século, disse ontem a Agência da ONU para Refugiados (Acnur). A estimativa mais conservadora é que o número possa chegar a 4 milhões de deslocados se a guerra continuar, o que equivale a 10% dos 44 milhões de habitantes da Ucrânia.
A diáspora de ucranianos pode se tornar a pior crise humanitária da Europa em um século, superando o número de refugiados da Síria e de outros países de Oriente Médio e Norte da África. Durante a guerra civil síria, que teve seu auge em 2015, cerca de 1,3 milhão de pessoas pediram asilo na Europa.
"Agora, em apenas sete dias, um milhão de pessoas fugiram da Ucrânia, arrancadas de suas raízes por esta guerra sem sentido", disse o diplomata italiano Filippo Grandi, alto comissário da ONU. "Trabalhei em emergências de refugiados por quase 40 anos e raramente vi um êxodo tão rápido quanto este."
Se a luta se prolongar e os ucranianos continuarem a migrar no ritmo atual, essa pode ser a maior crise de refugiados desde a 2 ª Guerra, disse Philipp Ther, professor de história da Europa Central na Universidade de Viena. "Isso chegaria à escala da situação do pós-guerra", afirmou.
A fuga em massa para o oeste vem causando filas de até 24 horas nos postos de controle ao longo das fronteiras da Ucrânia com Polônia, Moldávia, Hungria, Eslováquia e Romênia, e provocando uma intensa resposta humanitária por parte de governos e da sociedade civil nos países vizinhos.
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