No inquérito detalhado, obtido
pelo g1, a PF aponta que o
esquema era dividido em núcleos compostos pelo próprio governador Gladson
Cameli (Progressistas), a primeira-dama do Estado, Ana Paula Cameli, servidores
públicos que ocupavam cargos de confiança no governo e empreiteiras da família
Cameli, que atuam no Acre e também em Manaus.
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Federal
Também é
possível ver que Rudilei de Souza, mais conhecido como Rudilei
Estrela, que tem relações próximas com o governador, seria o grande
articulador das movimentações suspeitas.
O inquérito foi aberto pela
Polícia Federal em julho do ano passado baseado em outras operações da polícia,
que, segundo o relatório, mostravam a ligação do governador em algumas
movimentações. O Relatório de Inteligência Financeira (RIF) teria apontado, a
princípio, 35 comunicações de operações financeiras suspeitas e, destas, 20
possuíam Gladson Cameli como titular ou envolvido.
Entre essas movimentações
estão a compra de cinco carros de luxo, entre eles uma BMW X4; três lotes em um
condomínio fechado e considerado de luxo em Rio Branco e também uma tentativa
de comprar um apartamento no valor de mais de R$ 5 milhões. Segundo as
investigações, foram esses principais movimentos financeiros informados pelo
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que chamaram a atenção da
polícia.
"Em breve resumo do atual
estágio investigativo, o governador do Estado do Acre é apontado pela Polícia
Federal como suposto integrante de organização criminosa atuante nas esferas da
saúde e obras públicas, em sistemática de recebimento de vantagens indevidas
para o direcionamento de certames públicos, formalização de contratos superfaturados
e atesto fictício de recebimento de mercadorias e serviços."
Em nota assinada pela defesa
do governador do estado, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso
dizem que o processo é desconexo, reúne diversas informações que não se fundamentam. (Leia
mais abaixo o que dizem as defesas dos investigados).
“De um lado, tentam, em vão, criar um vínculo espúrio entre o governador e contratações lícitas realizadas pelo Estado. De outro lado, esmeram-se em levantar suspeitas sobre as finanças do governador. Apenas suspeitas são lançadas, nenhuma imputação de crime é realizada. São apenas ilações desconexas que, com o devido respeito, não poderiam justificar à realização de medidas invasivas como a busca e apreensão e o bloqueio de bens”, destaca ainda.
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