Nos últimos dois anos, os
cientistas identificaram e acompanharam de perto mais de 10 variantes. Um
levantamento feito pela plataforma Our World in Data, com base nos dados de
mais de 100 países, mostra a evolução do coronavírus, indicando que, no início
da pandemia, as variantes alfa, beta e gama foram se espalhando de forma
desordenada nos grandes centros. Em fevereiro de 2021, a Índia identificou os
primeiros casos da variante delta. Em março, ela já estava no Reino Unido. Em
cinco meses, tornou-se dominante no mundo. .
Em novembro, surgiu uma nova
variante, batizada de ômicron e que tem mostrado velocidade de contaminação
ainda maior. Em menos de dois meses, passou a ser dominante - por exemplo
- no Reino Unido, África do Sul, França, Estados Unidos, Japão e Brasil.
Quanto mais um vírus circula
em uma população, maiores são as chances de surgirem mutações. Nem sempre elas
são bem sucedidas. A maioria tem pouco ou nenhum impacto no vírus. Mas no
caso da Covid-19, a cada mutação, a comunidade científica entra em alerta.
O doutor em genética David
Schlesinger é presidente de um laboratório que faz testes para identificar as
variantes da Covid-19.
“Mesmo sabendo que os outros
países estão vendo essa subida vertiginosa, ainda é algo impressionante.
Ômicron parece transmitir numa velocidade parecida com sarampo. Sarampo é o
vírus que mais transmite para mais pessoas. Para cada pessoa infectada, ele
transmite para 15 pessoas. Ômicron transmite algo entre 10 e 20 pessoas para
cada pessoa infectada”, explica David Schlesinger.
O virologista Fernando Spilki
diz que, na Europa, a ômicron tem mesmo se mostrado menos letal do que
outras variantes, mas reforça que - mesmo assim - é preciso manter todos os
cuidados.
“Ainda que em números absolutos e proporcionalmente nós possamos ter de fato menos internações e mortes, a virulência da variante ômicron ainda permite, especialmente em indivíduos sem uma imunização adequada, que ocorra, sim, internação e que, infelizmente, uma parte dos indivíduos infectados vá a óbito. Toda medida que puder expandir a vacinação ao máximo possível nesse momento e complementar a vacinação com medidas eficazes de controle, tais sejam uso de máscara adequadas, evitar aglomeração, manter locais ventilados é importante”, destaca Fernando Spilki.
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