"Com isso, a certificação
e o embarque da proteína animal para a China serão
normalizados e podem ser retomados a partir de hoje", disse o governo, em
nota.
"Nós recebemos a
orientação de que eles [os chineses] vão aceitar a carne que foi produzida
desde que o certificado venha ser emitido a partir da data de hoje. Então,
estamos acertando esse procedimento e vamos passar a orientação ainda hoje ao
setor privado", disse o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme
Leal, em entrevista coletiva, nesta quarta.
O secretário de Comércio e
Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, acrescentou ainda que nenhum
certificado foi emitido depois do dia 4 de setembro e antes do dia 15 dezembro.
Segundo Leal, o governo já
esperava por uma resolução da situação com a China. "Tivemos
reuniões com as autoridades sanitárias chinesas durante vários períodos e nós
já tínhamos concluído as ultimas informações, que foram entregues pela nossa
embaixada, em Pequim, há um mês".
Leia também:
Exportação de
carne bovina sofreu quedas com embargo da China
Em novembro,
China liberou importação de carne que certificada antes de suspensão
Embargo
A China é o maior
comprador da carne brasileira. Em setembro, as vendas para o país asiático
foram suspensas após dois casos
atípicos de vaca louca terem sido notificados em Minas Gerais e
Mato Grosso (saiba o que é
a doença aqui).
A medida atendeu a um
protocolo sanitário firmado com a China, que prevê
interrupção do comércio em caso de identificação da doença.
A decisão de retomada, por
outro lado, dependia da China,
que manteve o veto por 3 meses mesmo após a Organização Mundial de Saúde Animal
(OIE) ter informado que as ocorrências não
representavam risco para a cadeia de produção bovina
brasileira.
Principal mercado
A China é o principal
mercado da carne bovina brasileira e compra quase metade das cerca de 2 milhões
toneladas que o país exporta.
Por conta da suspensão, as
exportações totais de carne do Brasil caíram 43% em
outubro, em relação a igual mês de 2020, e mais 47% em
novembro, na mesma base de comparação, segundo a Associação
Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Apesar disso, o secretário de
Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, avalia que as
exportações totais do Brasil não deverão ser muito impactadas.
"No ano passado, nós exportamos
para o mundo pouco mais de US$ 8 bilhões em carne bovina. Cerca de US$ 4
bilhões foram para a China.
Esse ano, o resultado deve ser muito parecido. Então, a gente acredita que, se
houver uma diferença, não será superior a 2%", afirmou.
Com o embargo, o valor do boi caiu no país nos meses de setembro e outubro – mas o preço da carne não diminuiu nas prateleiras dos mercados (saiba mais aqui). Desde novembro, contudo, a arroba do boi voltou a subir.
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