sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Volta de cirurgias eletivas depende da SMS

A paralisação de cirurgias eletivas, que afeta cerca de 2,5 mil atendimentos em Natal, vai continuar.  O motivo da paralisação é o descumprimento de um acordo celebrado em setembro entre a Cooperativa de Anestesiologistas do RN (Coopanest), a Cooperativa dos Médicos do RN, a Secretaria Estadual de Saúde e a Secretaria de Saúde Natal para pagamento de valores em atraso. Em reunião realizada ontem, as cooperativas chegaram a um acordo com a Sesap. Contudo, segundo a Sesap e as cooperativas, a SMS não compareceu à reunião e os atendimentos só poderão ser retomados após o pagamento por parte do Município. 

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Natal para saber os motivos da ausência de representantes na reunião. Até o fechamento desta edição a Assessoria de Comunicação da SMS não atendeu ou retornou as ligações, como também não respondeu as mensagens enviadas pelo Whatsapp.

O conflito referente aos pagamentos teve início em setembro deste ano, quando as cooperativas relataram atraso nos repasses do poder público que se aproximavam dos 10 meses. Em uma reunião com as secretarias, ficou acordado que a dívida poderia ser paga em 14 meses, com o pagamento constituído por uma parcela de mês atrasado mais a parcela do mês corrente. No entanto, em novembro, o repasse que foi feito contemplou apenas os valores referentes a um mês atrasado, sem que fosse pago o mês corrente, o que teria feito a cooperativa paralisar, pela segunda vez, as cirurgias eletivas. 

Na reunião, o secretário de saúde pública do estado, Cipriano Maia, se comprometeu a realizar ontem o pagamento das parcelas referentes ao mês de julho, além de fazer o repasse de novembro até o final deste mês. A Sesap também se comprometeu a retomar os pagamentos referentes ao acordo estabelecido sem mais atrasos. A Secretaria Estadual de Saúde também se reuniu com seis hospitais prestadores de serviços. O motivo foi o mesmo: renegociação de dívidas. Ainda de acordo com a Sesap, as pendências relativas aos contratos com as cooperativas se repetem nos vínculos com os hospitais prestadores de serviços. Também será necessário um acordo entre os hospitais e o Município de Natal para a retomada das cirurgias. No encontro com os prestadores da área ortopédica e cardiológica, a Sesap assegurou o pagamento do acordo para regularização de dívidas, garantindo a primeira parcela dentro dos próximos dias.

“A parte da Sesap já está acertada, mas agora a gente espera que o Município também faça a sua parte e assuma o acordo feito. Assim que a SMS pagar, voltamos imediatamente em todos os hospitais”, explicou o diretor técnico da Coopanest,  Madson Vidal. Segundo ele, a dívida da SMS equivale a três parcelas definidas no acordo feito em setembro.

De acordo com a Coopanest, o TCTF abrange cirurgias eletivas SUS realizadas no âmbito dos hospitais públicos e privados conveniados como a Liga contra o Câncer, Hospital do Coração, Instituto do Coração (Incor), Hospital Infantil Varela Santiago, Memorial, Paulo Gurgel, Policlínica e Hospital Rio Grande.

Estão incluídos ainda, no mesmo contrato, os plantões de anestesiologia realizados nas maternidades municipais como a Leide Morais e Araken.

Em razão da paralisação dos atendimentos das cooperativas, que foi iniciada no dia 1 de novembro, o Hospital Walfredo Gurgel está superlotado. Segundo a Sesap, pela falta de cirurgias eletivas no Hospital Memorial e na Clínica Paulo Gurgel, a fila da unidade ganha mais 16 pacientes todos os dias. “Os acertos são importantes para desafogar a rede pública de saúde com a realização de cirurgias, em especial o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel”, disse a Secretaria, em nota.

Paralisações

O Walfredo enfrentou em outubro um aumento na fila de pacientes em razão da suspensão dos contratos para a realização de cirurgias ortopédicas em hospitais privados conveniados. A suspensão de contratos junto a hospitais privados e entidades filantrópicas que afazem atendimento via SUS provocou superlotação nos corredores do Walfredo. Na ocasião, havia 85 pessoas nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel, segundo informou o coordenador do SAMU Natal, Cláudio Macedo, responsável pelo transporte dos pacientes transferidos.   

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