No suplemento, pesquisadores revisaram estudos realizados na área da ciência da motivação, que investiga o que as pessoas desejam, rejeitam ou temem; como transformam esses sentimentos em objetivos a serem alcançados; de que forma continuam apegadas a essas metas ou se as abandonam; e como se dá todo o processo ao longo do tempo.
O trabalho é resultado de três oficinas interdisciplinares que reuniram profissionais de áreas como psicologia, psiquiatria, neurociência, geriatria, gerontologia e saúde pública. Juntos apontam para o papel central da motivação para envelhecer bem.
Num deles, “Effort mobilization and healthy aging” (“O esforço da mobilização e o envelhecimento saudável”), os autores enfatizam que, embora as pessoas tenham conhecimento sobre a necessidade de manter um estilo de vida saudável, resultados positivos dependem de empenho – esforço e persistência estão ligados não apenas a fatores físicos, mas também psicológicos e sociais.
Como era de se esperar, os pesquisadores ressaltam que a discriminação é extremamente perniciosa para os idosos: sua carga negativa causa estresse e reduz a autoestima, afetando sua capacidade de engajamento – não somente em atividades prazerosas, mas inclusive no controle de doenças crônicas.
Eu complementaria: é
o equivalente a envenená-los. Por isso, conexões sociais significativas
funcionam como uma rede de proteção para alimentar o que os japoneses chamam de
ikigai: um motivo para sair da cama todos os dias. Além disso, pregam que as
políticas públicas de saúde deveriam oferecer à população suporte para mudanças
comportamentais e a adoção de hábitos saudáveis, que vai se refletir na
velhice. A “receita” está dada, mas cabe à sociedade como um todo fazer com que
aconteça.


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