Os dois conversaram com Renata
Ceribelli na casa onde Marília morava com toda a família — a mãe, o
padrasto, o irmão e o filho, Léo, de 1 ano e 11 meses. Eles falaram do que mais
sentem falta: da risada de Marília.
"Ela sempre ria alto.
Tudo dela era muito intenso. A gente consegue ouvir a risada dela no coração da
gente, porque ela está aqui em todo canto dessa casa. Ela está aqui, todo
pedacinho lembra muito ela", diz Ruth
João Gustavo contou que apesar
da dor, é Ruth que tem consolado todo mundo da família. "Estou consolando
meus amigos, minha família, porque ela queria que eu fosse forte (...) Sempre
disse isso: 'Mãe você é forte. Mãe, você é mais forte do que eu'. Estou sendo
porque sei que era isso que ela queria", explica a mãe da cantora.
Ruth diz também uma grande
motivação para ser forte é o neto, Léo, que ela não quer que seja afetado pelos
sentimentos de dor e saudade da família.
"Eu chorei muito dois
dias, depois não. Porque eu tenho meu neto, e se ele me vê chorando vai se
desesperar, né? Nos primeiros dias eu corria lá em cima e chorava, chorava.
Urrava, sabe? Gritava por dentro. E aí lavava o olho e ia brincar e cantar com
ele as musiquinhas dele, cair no chão, jogar bola... E ele morre de rir. Quando
tem esse tempinho assim, que eu começo a ficar triste, falo: 'Agora não. Agora
é a hora de eu brincar com ele"', afirma.
Léo ainda não sabe que a mãe
morreu. Ruth diz que o menino acredita que a mãe está trabalhando e pretende
contar sobre a tragédia "devagarinho".
"Ele ainda não entende o que está acontecendo. Para ele, a mãe foi trabalhar, como a gente sempre falou para ele: 'A mãe está trabalhando'. Porque se ele olhar a porta do quarto dela fechada, ele fala 'mamãe'. Ele quer ir lá, quer bater, quer entrar. Às vezes eu entrava com ele, falava: 'Mãe não está aqui, não, mamãe está trabalhando", afirma.
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