Apesar de ser o mel a primeira coisa que vem à cabeça quando pensamos em abelhas, na realidade, ele não é a maior contribuição desses insetos para a nossa alimentação. O café, a maçã, o maracujá e até a soja são beneficiados pelas polinizadoras.
DE ONDE VEM: abacate, café, maracujá - série do g1 traz curiosidades dos
alimentos
Existem também outros estereótipos sobre esses
animais. Já assistiu ao filme “Bee Movie - A História de uma Abelha”? Na vida
real, a estrutura da colmeia não é como a retratada. Para começar, quem faz todo o trabalho nessa “sociedade” são as fêmeas.
Elas coletam o néctar, o pólen e produzem o mel.
Cabe aos machos, conhecidos como zangões, apenas copular com a abelha rainha para a reprodução,
explica Diego Moure, pesquisador sênior da AgroBee.
As abelhas mostradas no filme são de uma espécie
que não é majoritária no Brasil, a Apis Mellifera. No país, as abelhas solitárias, que não formam colônias, são mais
numerosas. Elas também não produzem tanto mel,
pois isso dependeria da agrupação e formação de colmeias.
Independente de a qual espécie pertencem, as abelhas são muito importantes para a produção de alimentos. Alguns
agricultores buscam alugar colmeias para atraí-las para a lavoura. Um outro
caminho é a preservação da mata nativa da região.
Não é tudo mel
Metade
das plantas com flores depende completamente de polinizadores para sobreviver, apontou um estudo feito por pesquisadores
da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul.
São cerca de 1.750 espécies de todos os continentes. Desta categoria, as
abelhas são protagonistas.
Elas são responsáveis por até 80% das plantas cultivadas
presentes na nossa alimentação, apontou a pesquisa da Plataforma
Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, sigla em inglês)
e da Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (REBIPP).
Para alguns plantios, como o maracujá, elas são essenciais. Para outros,
como o café, elas proporcionam aumento da qualidade, com melhor
sabor e nutrientes, e da produtividade, explica Márcia Maués,
pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental.
Quanto mais fertilizado é um fruto, melhor o seu desenvolvimento,
gerando, por exemplo, uma maçã maior. As abelhas fazem essa fertilização quando
vão coletar o pólen. Não é tudo mel
Metade
das plantas com flores depende completamente de polinizadores para sobreviver, apontou um estudo feito por pesquisadores
da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul.
São cerca de 1.750 espécies de todos os continentes. Desta categoria, as
abelhas são protagonistas.
Elas são responsáveis por até 80% das plantas cultivadas
presentes na nossa alimentação, apontou a pesquisa da Plataforma
Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, sigla em inglês)
e da Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (REBIPP).
Para alguns plantios, como o maracujá, elas são essenciais. Para outros,
como o café, elas proporcionam aumento da qualidade, com melhor
sabor e nutrientes, e da produtividade, explica Márcia Maués,
pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental.
Quanto mais fertilizado é um fruto, melhor o seu desenvolvimento,
gerando, por exemplo, uma maçã maior. As abelhas fazem essa fertilização quando
vão coletar o pólen (veja na imagem abaixo).
Alugando
abelhas
Uma das formas de atrair abelhas para a plantação é realizando
o aluguel de colmeias. Contudo, para isso, é importante
saber quais abelhas fertilizam o cultivo específico.
Como estes
insetos que se agrupam são da família Apis Mellifera, que não é nativa do
Brasil, eles só conseguem fecundar flores que também são exóticas, como a soja
e a maçã, explica Márcia.
A ideia do aluguel é
conectar apicultores e produtores. Então, o agricultor paga o criador para
enviar colmeias para a sua lavoura durante o período de floração. Depois, as
abelhas voltam para o apicultor.
No cultivo da soja, por exemplo, as polinizadoras ficam por mais de 20
dias e o custo de cada colmeia pode sair até R$ 80, informa Diego Moure da
AgroBee.
'Uber de abelhas': saiba tudo sobre o aluguel
destes insetos
Este trâmite precisa ser feito com extrema segurança para não machucar
a abelha e a estrutura da colmeia, relata Katia Aleixo, bióloga consultora da
Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.)
“Se
não fizer o transporte adequado, pode ter trânsito de doenças,
pode levar uma colmeia que esteja com alguma doença para um local em que ela
não acontece”, explica.
Para
participar do setor de aluguéis, os agricultores precisam estar cadastrados na
defesa agropecuária dos seus estados. Em cada movimentação de colmeia, é
necessário fazer a emissão do Guia de Trânsito Animal (GTA), para atestar que
elas estão adequadas para serem transportadas de um lugar para outro.
Alugando abelhas
Uma das formas de atrair abelhas para a plantação é realizando o aluguel de colmeias. Contudo, para isso,
é importante saber quais abelhas fertilizam o cultivo
específico.
Como estes insetos que se agrupam são da família Apis Mellifera, que não
é nativa do Brasil, eles só conseguem fecundar flores que também são exóticas,
como a soja e a maçã, explica Márcia.
A ideia do aluguel é conectar
apicultores e produtores. Então, o agricultor paga o criador para enviar
colmeias para a sua lavoura durante o período de floração. Depois, as abelhas
voltam para o apicultor.
No cultivo da soja, por exemplo, as polinizadoras ficam por mais de 20
dias e o custo de cada colmeia pode sair até R$ 80, informa Diego Moure da
AgroBee.
'Uber de abelhas': saiba tudo sobre o aluguel destes insetos
Este trâmite precisa ser feito com extrema segurança para não machucar a
abelha e a estrutura da colmeia, relata Katia Aleixo, bióloga consultora da
Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.)
“Se não fizer o transporte adequado, pode ter trânsito de doenças,
pode levar uma colmeia que esteja com alguma doença para um local em que ela
não acontece”, explica.
Para participar do setor de aluguéis, os agricultores precisam estar
cadastrados na defesa agropecuária dos seus estados. Em cada movimentação de
colmeia, é necessário fazer a emissão do Guia de Trânsito Animal (GTA), para
atestar que elas estão adequadas para serem transportadas de um lugar para
outro.
Alugando abelhas
Uma das formas de atrair abelhas para a plantação é realizando o aluguel de colmeias. Contudo, para isso,
é importante saber quais abelhas fertilizam o cultivo
específico.
Como estes insetos que se agrupam são da família Apis Mellifera, que não
é nativa do Brasil, eles só conseguem fecundar flores que também são exóticas,
como a soja e a maçã, explica Márcia.
A ideia do aluguel é conectar
apicultores e produtores. Então, o agricultor paga o criador para enviar
colmeias para a sua lavoura durante o período de floração. Depois, as abelhas
voltam para o apicultor.
No cultivo da soja, por exemplo, as polinizadoras ficam por mais de 20
dias e o custo de cada colmeia pode sair até R$ 80, informa Diego Moure da
AgroBee.
'Uber de abelhas': saiba tudo sobre o aluguel destes insetos
Este trâmite precisa ser feito com extrema segurança para não machucar a
abelha e a estrutura da colmeia, relata Katia Aleixo, bióloga consultora da
Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.)
“Se não fizer o transporte adequado, pode ter trânsito de doenças,
pode levar uma colmeia que esteja com alguma doença para um local em que ela
não acontece”, explica.
Para participar do setor de aluguéis, os agricultores precisam estar
cadastrados na defesa agropecuária dos seus estados. Em cada movimentação de
colmeia, é necessário fazer a emissão do Guia de Trânsito Animal (GTA), para
atestar que elas estão adequadas para serem transportadas de um lugar para
outro.
Atraindo polinizadoras
Em cultivos de espécies nacionais, é muito provável que as abelhas ditas
solitárias sejam as responsáveis pela polinização, e, como essas não possuem
colmeias, a forma ideal para atraí-las é preservando a mata nativa próxima à
lavoura, conta Márcia da Embrapa.
Ela defende a conectividade da floresta entre as propriedades rurais,
formando os chamados corredores ecológicos. Assim, as abelhas voariam em mais
de uma plantação, beneficiando agricultores vizinhos.
“A abelha não faz diferença na fronteira de uma área e outra, vão voar
na lavoura que está no raio de ação delas”, diz.
ACEROLA: fruta depende da polinização para existe; veja vantagens em
consumi-la
Sem abelhas, sem comida?
Apesar de ser muito comum vermos nas redes sociais que se as abelhas
forem extintas não conseguiremos plantar alimentos, isso é um mito. O que haverá é uma drástica diminuição na oferta e na qualidade
dos cultivos, explicam as especialistas.
A bióloga Katia afirma que plantações como o arroz, o trigo e a
cana-de-açúcar são polinizadas pelo próprio vento, por isso, continuariam
existindo mesmo em um universo sem abelhas. Contudo, a acerola, a maçã, o café, por exemplo, poderiam ser extintos.
“Tem plantas que não produzem nada sem polinização.O açaí,
uma palmeira que ocorre nas margens do rio e vem sendo cultivada em terra firme
por meio de cultivares, é visitado por mais de 200 espécies de insetos”, conta
Márcia.
Produtores de maçã investem na
polinização; veja como funciona o ciclo da plantação
E apesar de a ficção apresentar abelhas robóticas que seriam capazes de
realizar esse processo, a pesquisadora não acredita que isso se aplicaria na
realidade.
“Não dá para substituir as abelhas. Você tem os formatos das flores, na
maioria das plantas varia bastante. A castanheira, por exemplo, tem uma flor
que é fechada, os recursos florais protegidos”, diz.
“Para ela ser aberta para
polinizar, tem que ter tamanho e força adequada para abrir aquela flor. Não
teria nem como construir um robô para polinizar. A estrutura morfológica das
flores é compatível com a estrutura corporal do seu polinizador”.
Isso porque as flores e as abelhas foram
evoluindo conjuntamente ao longo dos anos, se tornaram
proporcionais.
Há também a possibilidade do próprio agricultor fazer a polinização colocando o próprio dedo nas flores, como ocorre com o maracujá. Mas, a pesquisadora da Embrapa explica que isso leva o triplo do tempo, sendo apenas um amenizador e não um substituto.
Entre os motivos para a possível extinção das
abelhas, segundo Katia, estão:
as mudanças climáticas,
que alteram os períodos de chuva e floração das plantas;
o desmatamento, queimadas e
expansão das cidades, que diminuem o habitat natural desses animais;
a disseminação de doenças e
espécies invasoras;
e o uso incorreto de defensivos agrícolas.
Reportagem do Fantástico explica como agrotóxicos matam as abelhas:
Lavouras de café estão entre as mais
populares no aluguel de colmeias; bebida é a 2° mais
consumida do país
Uma potência desperdiçada
Para a pesquisadora Katia, o Brasil tem um grande potencial para a
criação de abelhas, mas o país ainda não o explorou completamente. Duas
características naturais são vantajosas:
diversidade de vegetação: proporciona
plantas que fornecem, ao longo do ano, o néctar necessário para as abelhas,
gerando maior produção de mel.
abelhas mais resistentes: a Apis
Mellifera é uma mistura da abelha trazida pelos europeus no século 19 com uma
raça africana trazida por pesquisadores no século 20. Por ser híbrida, ela é mais produtiva e resistente a doenças.
Para atingir essa potência, é necessário profissionalizar mais a
apicultura e os criadores precisam incluir na sua rotina de trabalho “as
melhores práticas de manejo apícola, para conseguirmos aumentar a produção de
mel sem necessariamente aumentar o número de abelhas”, diz Katia.
Atualmente, o Brasil produz 20 kg de mel por colmeia. Para a bióloga, este número poderia subir para 60 kg quando bem trabalhada.


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