O Rio Grande do Norte tem pelo
menos 28 obras públicas paralisadas, envolvendo mais de R$ 46 milhões de reais.
Os dados são do painel de obras do Tribunal de Contas do Estado, que leva em
consideração serviços contratados pelo governo estadual e municípios.
De acordo com o TCE, todos os
entes públicos do estado são obrigados a cadastrarem suas obras públicas no
sistema.
As obras estão distribuídas em
17 cidades potiguares e custam, em média, R$ 1,6 milhão. A maior parte dos
contratos envolve serviços estruturantes como saneamento básico e pavimentação
de ruas e rodovias.
Ao todo, há 10 obras
paralisadas atualmente que são relacionadas a esgoto e distribuição de água,
além de outras sete ligadas a ruas e estradas. Também há serviços em escolas,
hospital e outros prédios públicos, entre os paralisados.
A maior parte das obras são
ligadas a prefeituras municipais.
Porém, o órgão que soma mais
serviços paralisados é a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte
(Caern) - com oito serviços cadastrados nessa situação, três somente em Natal.
Essas obras também são as mais caras.
Obras de saneamento paradas
O maior valor diz respeito ao
contrato de execução de obra de complementação do esgotamento sanitário de
Assú, no Oeste potiguar. O contrato é de R$ 9,2 milhões.
De acordo com a empresa
estatal, o contrato está aguardando a publicação de uma readequação e a
previsão é que a obra seja retomada no próximo dia 18 de outubro.
Ainda segundo a empresa,
outras duas obras aguardam readequações para serem retomadas ainda entre
outubro e novembro. Uma sobre ligação de ramais de esgoto e outra sobre
esgotamento de duas estações elevatórias.
Em outro caso, a obra foi
paralisada por problemas na regularidade fiscal da empresa contratada. Nas
outras obras, a estatal diz que aguarda a reprogramação da Caixa Econômica. Em
todas, a previsão é que a retomada ocorra até dezembro.
Prefeituras
Entre os municípios, Extremoz
é o que tem mais obras paralisadas, de acordo com o sistema do TCE. São quatro,
relacionadas a pavimentação de ruas, construção de praças e de uma quadra
esportiva. Elas somam investimentos de R$ 725,7 mil.
Já em Parnamirim três obras
paralisadas somam mais de R$ 2,5 milhões - todas relacionadas a calçamento de
ruas dos bairros Nova Parnamirim, Parque das Nações e Liberdade.
Uma das obras que chama a
atenção é a construção de uma enfermaria para Covid-19, contratada pela
prefeitura de São José de Mipibu. A obra orçada em R$ 1,6 milhão está
paralisada, mesmo já tendo sido pagos R$ 402 mil.
O município tem outra obra
paralisada e já com recursos pagos, de acordo com o sistema. É a construção de
um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) orçado em R$ 833 mil. R$ 144
mil já foram pagos.
O g1 entrou em contato
com o município para solicitar informações sobre o motivo de paralisação dessas
obras e não recebeu retorno até a publicação desta matéria.
Obras paralisadas por cidade
Extremoz - 4
Natal - 3
Parnamirim - 3
Caicó - 2
Macaíba - 2
São José de Mipibu - 2
Tibau - 2
Assu - 1
Currais Novos -1
Ipanguaçu - 1
Lagoa Nova - 1
Mossoró - 1
Pendências - 1
Portalegre - 1
Santana do Matos - 1
São Miguel - 1
Serra Caiada - 1
UERN
Outro órgão com obra
paralisada é a Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. O serviço orçado
em R$ 701,3 mil é para construção de um bloco de salas para atender estudantes,
professores e pesquisadores de pós-graduação. Quase R$ 46 mil já foram pagos
após medições realizadas no início do ano.
A universidade também foi
questionada sobre o motivo da paralisação, mas não respondeu até a publicação
desta matéria.
Cadastro de obras é
obrigatório
O Tribunal de Contas do Estado
informou que todos os entes públicos do estado são obrigados a cadastrarem suas
obras públicas no novo sistema implementado em janeiro deste ano. Já existem
mais de 1.300 serviços acompanhados pelo sistema - 191 obras estão atrasadas.
O prazo para cadastramento de
obras iniciadas até 31 de dezembro de 2020 encerrou em junho deste ano. Já as
novas obras devem ser cadastradas até 10 dias após o contrato. O objetivo,
segundo o Tribunal, é melhorar o acompanhamento e transparência no uso dos
recursos públicos.
"A Resolução nº 025/2020
prevê que as obras e serviços iniciados a partir de janeiro de 2021, com
valores iguais ou superiores a R$ 50 mil, devem ser informados sobre seu
andamento no SIAI Obras. O gestor deve realizar o cadastramento no sistema no
prazo de até 10 dias, a contar da data da publicação do contrato firmado ou por
outro instrumento equivalente", informou.
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