O Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central deve
acelerar o ritmo de alta dos juros nesta quarta-feira, segundo estimativa do
mercado financeiro. A decisão será anunciada após as 18h. A expectativa da
maior parte economistas, coletada em pesquisa realizada pelo BC na semana
passada, é de que a taxa básica seja elevada dos atuais 6,25% para
7,5% ao ano, ou seja, um aumento de 1,25 ponto percentual.
Confirmada essa alta, a taxa Selic atingirá o maior patamar em quatro anos — em outubro
de 2017, antes de cair para 7,5%, estava em 8,25%
Parte dos economistas,
entretanto, já aposta em uma elevação ainda maior: de 1,5 ponto percentual,
para 7,75% ao ano.
Após a divulgação da prévia da
inflação de outubro, que mostrou aceleração, alguns bancos passaram a estimar
um aumento até maior do que 1,5 ponto no encontro do Copom desta semana.
Com isso, o juro passará a
ficar maior do que o registrado no início do governo Bolsonaro, em janeiro de
2019 (6,5% ao ano).
Nos dois últimos encontros do
Copom, em agosto e setembro, o elevação dos juros foi de um ponto percentual.
Para este mês, havia uma
indicação do BC de que esse ritmo de alta seria mantido.
Porém, o mercado passou a
prever uma elevação maior após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter
admitido na semana passada "furar"
o teto de gastos (mecanismo que limite o aumento da maior parte
das despesas à inflação do ano anterior).
Guedes tem dito que as
mudanças no teto de gastos têm por objetivo ampliar a proteção social, por meio
do Auxílio Brasil, programa social sucessor do Bolsa Família.
Mas analistas têm indicado que seria
possível incrementar o programa sem estourar o limite para
despesas, utilizando, por exemplo, recursos destinados às emendas
parlamentares.
De acordo com relatório
assinado pelo economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, as notícias sobre a
alta dos gastos aumentaram as dúvidas sobre o futuro do teto de gastos no
Brasil.
"Sem uma âncora fiscal
crível, a tarefa do Banco Central de manter a inflação na meta se torna mais
difícil", avaliou.
Na última semana, o mercado
passou a prever juros mais altos também no futuro.
Para o fim de 2021, a
expectativa dos analistas passou de 8,25% para 8,75% ao ano e, para o
fechamento de 2022, os economistas do mercado financeiro subiram a expectativa
para a taxa Selic de 8,75% para 9,5% ao ano.
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