O Sindicato dos Servidores da
Administração Pública do RN (Sinsp) criticou o reajuste e disse que o impacto
será de R$ 7 milhões/mês no que se refere ao reajuste para os auditores
fiscais. A Sead reconhece o valor, mas apontou que o impacto prático será de
cerca de R$ 200 mil, em função de a maior parte dos auditores fiscais do Estado
receber próximo ao teto salarial constitucional.
Segundo Janeayre Souto,
presidente do Sinsp, a diferença salarial entre os servidores mais humildes e
os mais ricos tem aumentado no Governo Fátima. A representante dos servidores
diz que não há nenhuma política de governo visando melhorar as condições salariais
para os mais humildes. “Por outro lado, para a ‘casta da elite’, os direitos
são sempre respeitados. Enquanto isso, a gratificação dos servidores humildes,
o PIQ, foi assinado um acordo com o SINSP e o governo desrespeitou o próprio
acordo”, criticou.
“É no mínimo interessante,
para não falar outra coisa, como o mesmo governo que afirma que cada real a
mais para aumentar salário de servidores humildes vai onerar o Estado a ponto
de ‘quebrar’, é o que investe sempre mais e mais nos servidores com altíssimos
salários”, critica Janeayre.
Em nota, a Secretaria de
Estado da Administração (Sead) disse que, no caso dos auditores fiscais, os
valores mencionados pelo sindicato não correspondem à realidade. A pasta
afirmou que o montante final relativo às gratificações é ajustado pelo
abate-teto, em cumprimento à limitação constitucional, o que se aplica em
praticamente todos os valores devidos aos ativos e inativos, de modo que o
valor efetivamente recebido não ultrapasse os limites legais.
Os pagamentos efetivos, em
quatro parcelas, atingem pouco mais de 200 pensionistas com paridade. A UPV é
uma gratificação de produtividade dos auditores fiscais, existente desde 2000,
vinculada ao atingimento de metas de fiscalização e crescimento da arrecadação.
O direito à sua implantação, segundo a Lei Complementar nº 484/2013, é devido
no mês de julho, anualmente.
O presidente do Sindifern,
Márcio Marcos de Medeiros, disse que o reajuste da UPV deveria ter sido
aplicado em julho de 2024, conforme legislação estadual, mas só foi aplicado
neste mês com o pagamento do retroativo do Governo. O valor saiu de R$ 108,91 para
R$ 285,19, decretado em agosto de 2024 e implementado efetivamente agora.
Apesar disso, praticamente nenhum servidor recebe o aumento da gratificação no
contracheque líquido, pois o valor excede o teto constitucional e é retido.
“Alguns aposentados e
pensionistas vão receber isso, mas para quem está na ativa o efeito é zero”,
explica. O reajuste da UPV só terá efeitos práticos caso haja mudanças no teto
remuneratório do funcionalismo público, atualmente de R$ 36 mil.
Tribuna do Norte
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