Para o chefe da pasta,
ministro Celso Sabino, o argumento de que os preços cobrados na capital
paraense são impraticáveis está sendo “mitigado e absolutamente superado”.
Em entrevista à Agência
Brasil, Sabino destacou que o governo federal está investindo mais de R$ 4
bilhões em obras na cidade em razão do evento.
“Vai deixar um grande legado
para o povo do Pará, especialmente para a região metropolitana de Belém.”
Além de grandes hotéis,
integram a lista, segundo ele, o Parque da Cidade e o porto na Ilha de Outeiro,
onde ficarão atracados os navios que vão servir de acomodações para diversas
delegações.
“Estamos com milhares de
leitos que vão ficar prontos agora em agosto. Alguns ainda nem começaram a ser
disponibilizados. O governo brasileiro está atuando fortemente para que não
haja nenhum argumento – inclusive esse de que não há leitos e de que os preços
estão exorbitantes. Visitei hotéis aqui, hoje, que estão sendo entregues com
diárias de R$ 2 mil ou R$ 3 mil”, disse.
“Além disso, vai haver preços
subsidiados para delegações de países com pouco poder aquisitivo”, completou.
Questionado sobre sugestões
feitas por delegações, incluindo a retirada de algumas sessões de trabalho da
cidade de Belém, mantendo apenas a cúpula de líderes na capital paraense,
Sabino respondeu que o governo tem trabalhado para que não haja qualquer tipo
de empecilho para realização da conferência.
“Estamos trabalhando para que
não haja argumento algum para que a COP seja dividida ou não aconteça na cidade
de Belém. Posso garantir a você que temos hospedagens e temos preços justos.”
“Durante a COP em Sharm
el-Sheikh, houve delegações que não quiseram ir para o Egito. Durante a COP em
Dubai, houve delegações que não quiseram ir para Dubai. Aqueles que apostam
contra a COP da floresta, a COP de Belém, vão perder”.
Confira, a seguir, os
principais trechos da entrevista.
Agência Brasil: Como estão os
preparativos para a COP30 neste momento?
Celso Sabino: As obras que estamos fazendo, que combinamos com a ONU e com
todos os envolvidos, estão sendo cumpridas. Todos os prazos estão sendo
cumpridos. As obras estão em dia. Estou aqui, pessoalmente, na cidade de Belém.
Inclusive, agora, visitando algumas obras de infraestrutura da cidade.
Obras de hospedagem, de hotéis
que estão sendo ampliados ou construídos com o apoio do governo federal, com
financiamento pelo Fundo Geral de Turismo (Fungetur). Posso garantir que esses
meios de hospedagem, inclusive, vão ficar prontos bem antes da COP, já para o
Círio de Nazaré, que acontece dia 12 de outubro.
Agência Brasil: O senhor está em Belém desde a última quinta-feira. Como avalia que a cidade está se preparando para a COP30?
Celso Sabino: Estamos com obras nos quatro cantos da cidade. Obras de
infraestrutura sanitária, viária, construção de áreas de convivência
belíssimas, como o Parque da Cidade, em parceria com o governo do estado do
Pará. A gente está com um grande número de hotéis sendo ampliados, outros sendo
construídos. A cidade está se preparando para fazer a maior e melhor COP da
história da ONU.
Agência Brasil: E como o governo federal está contribuindo com a cidade para que isso aconteça?
Celso Sabino: A cidade de Belém está se transformando em outra cidade. A
partir da decisão de realizar a COP na cidade, o governo federal está
investindo mais de R$ 4 bilhões em obras que só estão acontecendo na cidade em
razão do evento. Vai deixar um grande legado para o povo do Pará, especialmente
para a região metropolitana de Belém.
Além de grandes hotéis – temos
hotéis sendo construídos de seis estrelas –, temos o Parque da Cidade, o porto
na Ilha de Outeiro, que vai abrigar os navios que vão servir de acomodações
para muitas delegações, onde está sendo investido R$ 180 milhões, além de R$
400 milhões no novo aeroporto, que deve ser inaugurado agora no dia 29 de
agosto.
Agência Brasil: Qual a agenda do senhor em Belém? Ela inclui vistorias a hotéis e demais acomodações para a COP30?
Celso Sabino: É exatamente isso. Minha agenda aqui são visitas em obras de
infraestrutura e em hotéis que estão recebendo apoio do governo federal através
de fundos, de cessão de áreas. Já visitei três hotéis apenas nesta tarde e devo
seguir nessa agenda no dia de hoje. O presidente Lula tem sido enfático com
todos os seus ministros para que não falte apoio e para que não haja argumento
algum para que Belém seja descaracterizada. Para que não haja qualquer tipo de
empecilho para a realização dessa COP.
Estamos trabalhando para que
não haja argumento algum para que a COP seja dividida ou não aconteça na cidade
de Belém. Posso garantir a você que temos hospedagens e temos preços justos.
Visitei vários hotéis, de grande nível, com preços de R$ 2 mil, R$ 3 mil, a
diária.
Agência Brasil: Como funcionam essas vistorias? O senhor pode detalhar um pouco melhor?
Celso Sabino: Tenho visitado as obras junto a representantes da iniciativa
privada que são proprietários dos empreendimentos, além dos engenheiros
responsáveis pelas obras. Mesmo sendo sábado à tarde, há operários trabalhando,
há material chegando até as obras e elas estão a pleno vapor.
Agência Brasil: Tratando especificamente do preço das acomodações, há delegações de países de baixa renda questionando, junto à ONU, preços que seriam impraticáveis. Há ainda países de alta renda que já pensam em reduzir as delegações a serem enviadas ao Brasil. Todos eles pedem uma resolução para esse problema. Que resolução seria essa?
Celso Sabino: Esse argumento está sendo mitigado. Está sendo absolutamente
superado, na verdade. O governo brasileiro atuou para que dois grandes navios
ficassem aportados na Ilha de Outeiro, que fica a cerca de 20 ou 30 minutos, em
uma linha expressa que estamos construindo no BRT, pra levar essas pessoas
hospedadas para o centro, para o local onde vai ser realizada a COP.
Estamos com milhares de leitos
que vão ficar prontos agora em agosto – alguns ainda nem começaram a ser
disponibilizados. O governo brasileiro está atuando fortemente para que não
haja nenhum argumento, inclusive esse de que não há leitos, de que os preços
estão exorbitantes.
Claro que, como qualquer
grande evento do mundo, outras COPs anteriores a essa tiveram problemas de
hospedagem, com preços muito caros, dificuldade de idiomas, motoristas de
aplicativos que não falavam sequer inglês. Belém não vai ter isso. Vai ser uma
grande COP. Não vai ter problemas de hospedagem.
A gente vê, às vezes, algumas
pessoas, não sei se por ignorância ou má intenção, pinçando casos específicos
de preços absurdos, mas não mostram os outros preços, que são regulares. Isso
acontece em todos os países do mundo, em todas as cidades do mundo. O Brasil é
um país que vive uma economia livre. O governo não tem como interferir
diretamente na economia. O que a gente pode fazer é o que nós estamos fazendo e
está funcionando.
Agência Brasil: Algumas delegações chegaram a sugerir a retirada de sessões de trabalho da cidade de Belém, mantendo apenas a cúpula de líderes na capital e as demais discussões fora dela. Isso seria uma opção?
'Celso Sabino: Durante a COP em Sharm el-Sheikh, houve delegações que não
quiseram ir para o Egito. Durante a COP em Dubai, houve delegações que não
quiseram ir para Dubai. Aqueles que apostam contra a COP da floresta, a COP de
Belém, vão perder.
Agência Brasil: As notificações feitas pela Secretaria Nacional de Direitos do Consumidor (Senacon) à rede hoteleira em Belém, em junho, surtiram algum tipo de efeito?
Celso Sabino: Sim. O Ministério do Turismo e o Ministério da Justiça e
Segurança Pública tiveram várias reuniões com o setor hoteleiro na cidade de
Belém e está funcionando. Nós conseguimos, inclusive, um percentual de leitos
com preços abaixo do que os que já estão sendo praticados. Além disso, nos
navios que o governo brasileiro está conseguindo trazer para a cidade de Belém,
vai haver preços subsidiados para delegações de países com pouco poder
aquisitivo.
Agência Brasil: Sobre a plataforma que foi disponibilizada pelo governo e que reúne hotéis e demais acomodações disponíveis em Belém durante a COP30, há relatos de que ela não estaria funcionando. Existe algum tipo de instabilidade?
Celso Sabino: Estamos ajustando para que ela funcione com muita eficiência
e para que, de qualquer parte do planeta, as pessoas possam acessar essa
plataforma, tendo acesso aos hotéis disponíveis e aos leitos disponíveis.
Agência Brasil

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