quinta-feira, 24 de julho de 2025

Fiern alerta para impacto da sobretaxa dos EUA e defende medidas de subsídio

A sobretaxa de 50% sobre produtos importados do Brasil pelos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, deve impactar significativamente quatro setores da economia potiguar e exige a formulação de estratégias de subsídios por parte do Governo do Rio Grande do Norte. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, em entrevista ao programa Tribuna Livre, da Jovem Pan News Natal, nesta quinta-feira (24).

Segundo Serquiz, os setores mais suscetíveis aos efeitos da medida são o da pesca, o de sal, o de balas e o de caramelos. Isso porque entre 60% e 80% dos produtos desses segmentos têm como destino o mercado norte-americano. Já as indústrias de petróleo e a fruticultura, apesar de também exportarem para os Estados Unidos, possuem uma base mais diversificada de compradores e, portanto, não devem sofrer impactos significativos.

“Sobretudo o pescado, que é um produto perecível, não consegue migrar rapidamente para um novo mercado. A taxação para esse setor é como um embargo, pois realmente leva para uma situação complicada”, afirma o presidente da Fiern. Ele também observa que a logística de exportação do pescado para os Estados Unidos é atualmente a mais viável para o setor.

Serquiz destaca ainda que, embora os empresários locais possam buscar diálogo com os norte-americanos, a questão é predominantemente diplomática. Conforme noticiado pela Tribuna do Norte, representantes do governo dos EUA já indicaram que negociações formais com o Brasil só devem ocorrer após autorização direta do ex-presidente Donald Trump, que lidera as tratativas no atual contexto político norte-americano.

Diante da iminência da nova taxa, alguns estados brasileiros já anunciaram medidas para reduzir os impactos sobre o setor produtivo. É o caso de São Paulo, que divulgou na quarta-feira (23) a liberação de R$ 200 milhões em crédito subsidiado para empresas afetadas pela tarifação. No Rio Grande do Norte, Serquiz informou que a Fiern está promovendo diálogos com o setor produtivo local e elaborando um levantamento técnico sobre os possíveis efeitos da medida.

Apesar disso, o presidente da Fiern ressalta que, até o momento, não houve por parte do Governo do Estado ações concretas voltadas ao apoio dos setores mais vulneráveis à taxação. Segundo ele, propostas como a adotada pelo Governo de São Paulo são “um socorro necessário”, e o Executivo potiguar demonstrou preocupação preliminar com o tema. “Essa alternativa é uma opção para dar uma sustentabilidade periódica enquanto essa situação não é equacionada”, apontou.

Confira entrevista completa na Jovem Pan News Natal:

Tribuna do Norte

 

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