Segundo informou o
diretor-geral da Casa Apis, Sitônio Dantas, os compradores dos EUA decidiram
suspender temporariamente os pedidos, aguardando uma possível resolução
diplomática entre os dois países. “Eles estão constantemente em contato,
mostrando que nossa relação não se encerra aqui. Vamos buscar juntos uma saída.
Essa tarifa pode até continuar, mas para o agronegócio é insustentável. Quem
vai pagar por isso é o consumidor americano”, afirmou Dantas à CNN Brasil.
Enquanto o impasse não é
resolvido, a cooperativa manterá o mel armazenado em seus estoques. O produto
pode ser conservado por até dois anos sem perda de qualidade. No entanto,
Dantas alerta para o impacto direto sobre os pequenos produtores. “A cooperativa
reúne cerca de 800 famílias da agricultura familiar, que dependem diretamente
da renda gerada pela venda do mel. Eles têm suas produções para manter e
precisam desse dinheiro para seguir trabalhando”, destacou.
Na última sexta-feira (11), 95
toneladas de mel da Casa Apis foram impedidas de embarcar no Porto do Pecém
(CE), após os importadores solicitarem o cancelamento da operação, temendo que
a carga chegasse aos EUA após a entrada em vigor da nova tarifa. O embarque
acabou sendo autorizado no domingo (13), após negociação entre a cooperativa e
os compradores. Segundo Dantas, a decisão foi possível graças ao relacionamento
comercial construído ao longo dos anos. “O risco ficará com eles. Se o produto
chegar antes do prazo, não haverá cobrança da tarifa. Caso chegue depois, os
próprios importadores se comprometeram a arcar com os custos adicionais”,
explicou.
Com os EUA sendo o principal
destino das exportações da Casa Apis, a cooperativa agora busca alternativas
para contornar os efeitos da tarifa. Entre as estratégias em análise estão a
ampliação do mercado externo, com foco em países da Europa e da Ásia.
Agência Brasil

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