Segundo os advogados,
Bolsonaro não teve a intenção de infringir qualquer determinação judicial ao
participar do evento na Câmara, onde concedeu entrevista a jornalistas. Na
ocasião, ele exibiu sua tornozeleira eletrônica e voltou a criticar o
Judiciário, afirmando estar sendo “humilhado”. A visita foi articulada por
deputados do PL, seu partido.
Na petição, os defensores
argumentam que a decisão de Moraes, proferida na última segunda-feira (21),
veda expressamente apenas o uso direto ou indireto das redes sociais por
Bolsonaro, inclusive por meio de terceiros. Não haveria, contudo, proibição explícita
quanto à concessão de entrevistas à imprensa, o que motivou a apresentação de
um recurso conhecido como Embargos de Declaração, mecanismo jurídico utilizado
para esclarecer pontos considerados omissos, contraditórios ou obscuros em
decisões judiciais.
“O Embargante (Bolsonaro) não
postou, não acessou suas redes sociais e nem pediu para que terceiros o
fizessem por si. No entanto, insista-se, jamais cogitou que estava proibido de
conceder entrevistas”, diz um trecho da petição.
A defesa também pontua que não
há como impedir que declarações públicas do ex-presidente sejam replicadas
espontaneamente por terceiros nas redes sociais, o que, segundo os advogados,
foge ao seu controle e responsabilidade. “É notório que a replicação de
declarações por terceiros em redes sociais constitui desdobramento
incontrolável das dinâmicas contemporâneas de comunicação digital […] E tais
atos não contam com a participação direta ou indireta do entrevistado, que não
pode ser punido por atos de terceiros”, afirma a petição.
O documento reitera o
compromisso de Bolsonaro em cumprir as determinações judiciais e solicita, de
forma expressa, que Moraes esclareça se há ou não proibição quanto à concessão
de entrevistas. Até que haja resposta, o ex-presidente manterá silêncio. “Em
sinal de respeito absoluto à r. decisão da Suprema Corte, o Embargante não fará
qualquer manifestação até que haja o esclarecimento apontado nos presentes
Embargos.”, diz a resposta.
Tribuna do Norte

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