sábado, 3 de junho de 2023

Tarifa zero no transporte público promete dominar eleições de 2024 após chegar a 72 cidades do País

Foto/divulgação prefeitura de Caucaia
SÃO PAULO E BRASÍLIA – Bandeira do Movimento Passe Livre (MPL), que acendeu o pavio das manifestações de junho de 2013, a tarifa zero é hoje uma realidade em 72 cidades do País. Ao todo, 3,283 milhões de brasileiros não desembolsam um tostão quando usam o sistema de transporte público. O mapa da adoção da política que torna esse serviço gratuito, assim como saúde, educação e segurança, inclui municípios de 12 Estados. E, ao que tudo indica, o debate sobre a proposta deve invadir as campanhas eleitorais de 2024.

Levantamento feito pela Coordenadoria de Mobilidade Urbana do Instituto de Defesa do

 Consumidor (Idec) mostra que São Paulo lidera o ranking dos Estados, com 23 cidades que oferecem a gratuidade à população, seguido por Minas, com 18, e Paraná, com 11. “Seis capitais estão estudando a adoção do sistema”, afirmou o geógrafo Rafael Calábria, coordenador no Idec. São elas: São Paulo, Fortaleza, Goiânia, Cuiabá, Brasília e Palmas.

O movimento em direção à tarifa zero se acentuou com a pandemia de covid-19. Foi depois que o coronavírus se espalhou pelo mundo que 42 prefeitos decidiram reorganizar o transporte público em suas cidades. Esse foi o caso de Mariana (MG), 
Paranaguá (PR), Assis (SP) e do mais populoso de todos os municípios a adotar o sistema: Caucaia, na Grande Fortaleza, no Ceará. Desde 2021, seus 368,9 mil habitantes se locomovem com tarifa zero.

A maioria dos políticos e dos especialistas em transportes ouvidos pelo Estadão diz acreditar que a discussão sobre essa política pública estará em destaque na próxima campanha eleitoral, em 2024. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), já encomendou um estudo para a adoção da medida. Para seus adversários, esta pode ser a bandeira que Nunes precisará para se reeleger. “O estudo que eu pedi à SPTrans deve estar pronto ainda neste ano”, contou o prefeito.

Nunes explica que a ideia de adotar a tarifa zero em São Paulo também nasceu durante a pandemia por causa da diminuição do número de passageiros no transporte público da cidade – de 9 milhões por dia em 2019 para 7 milhões em 2023. Outro fator que pesou foi o aumento do trânsito após a volta à normalidade, em 2022. “Pensamos em um plano de retomada econômica que passava pela redução de impostos. E uma das medidas era deixar a tarifa congelada”, disse Nunes.

Atualmente, o preço da passagem é R$ 4,40 e não sobe há três anos. Em 2022, o sistema de transporte público custou R$ 10,3 bilhões para a cidade, dos quais R$ 5,1 bilhões foram arrecadados com tarifa e o restante foi subsidiado pela Prefeitura. “A tarifa devia ser R$ 7,20. Começamos a levantar as cidades que tinham tarifa zero e vimos que todas elas demonstravam um ganho econômico do comércio e de empregos”, disse Nunes.

A Lista da Tarifa Zero

Veja o tamanho das cidades e o ano que elas adotaram a medida

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Com informações do Estadão

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