No panorama nacional, o setor
movimentou R$ 127,7 bilhões entre janeiro e julho, alta de 6,5% em relação a
2024 e o maior faturamento para o período desde 2012, segundo levantamento da
Fecomércio-SP com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Somente em julho, a receita do turismo, sem contar o
transporte aéreo, alcançou R$ 14,3 bilhões, um crescimento de 2,4% frente ao
mesmo mês do ano anterior.
Para Raoni Fernandes,
diretor-presidente da Empresa Potiguar de Promoção Turística do RN (Emprotur),
os números relativos ao RN são um reflexo direto da consolidação do estado como
destino desejado. “Mais que isso, significa dizer que temos atraído cada vez
mais um público com características de deixar mais recursos no destino, ficar
mais noites e diversificar a experiência. As ações de promoção realizadas pela
Emprotur, em parceria com o trade turístico e com o governo do Estado, têm sido
determinantes”, afirma Raoni, acrescentando que as campanhas digitais
segmentadas, feiras internacionais e acordos com companhias aéreas vêm
ampliando a visibilidade do RN.
Os dados nacionais revelam um
cenário de recuperação e crescimento. Segmentos como transporte aéreo,
alojamento e rodoviário puxaram os resultados positivos em nível nacional.
Somente em alimentação, o faturamento do turismo em julho alcançou R$ 3 bilhões,
um aumento de 6% comparado ao mesmo mês de 2024. O setor de de transporte aéreo
de passageiros foi o que puxou o desempenho positivo, com R$ 5,3 bilhões, uma
alta de 9,7% considerando julho do ano passado, e de 10,4% no acumulado do ano.
O levantamento não apresenta esses números detalhados por Estado.
“O turismo de lazer continua
sendo o grande motor da economia do setor no RN. Sol e mar seguem como âncoras,
mas cada vez mais temos diversificado com segmentos como ecoturismo, esportes e
experiências culturais. Ao mesmo tempo, o turismo corporativo e de eventos vem
ganhando espaço: Natal recebeu importantes congressos e encontros em 2025, e
isso mostra um potencial em crescimento”, conta Raoni.
O diretor-presidente da
Emprotur avalia que o retorno tem sido expressivo, mantendo o Rio Grande do
Norte entre os destinos mais buscados pelo eixo Sul-Sudeste e ampliando
presença no Centro-Oeste. No mercado internacional, a Emprotur destaca que a
Argentina e o Chile seguem como principais emissores, com avanços também em
outros países da América do Sul. Em se tratando do mercado a médio prazo, Raoni
afirma que há esforços para retomar o contato com emissores europeus.
Grace Gosson, presidente do
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Rio Grande do Norte
(SHRBS-RN), diz que o setor confirma a retomada, mas ainda em ritmo aquém do
potencial do estado. “O turismo no Rio Grande do Norte tem crescido significativamente
ao longo do último ano. Os dados confirmam esse aumento, refletido no
desempenho de hotéis, restaurantes, bares e estabelecimentos similares. No
entanto, esse crescimento poderia ser ainda mais expressivo, especialmente
considerando a expansão do turismo no Brasil no período pós-pandemia”, disse a
presidente do SHRBS-RN.
Em comparação a julho de 2024,
o crescimento do Rio Grande do Norte é mais tímido, de 1,9%, abaixo da média
brasileira de 2,4%. Estados como Rio Grande do Sul (24,6%), Mato Grosso do Sul
(12,9%) e Amazonas (10,9%) se destacaram positivamente, enquanto Tocantins
(-5,7%), Sergipe (-5,0%) e Minas Gerais (-7,3%) apresentaram queda.
“O crescimento de 1,9% no
faturamento em relação a julho de 2024 reflete-se no aumento do número de
clientes nos estabelecimentos e na melhoria da ocupação hoteleira, embora ainda
seja tímido. É fundamental reduzir a sazonalidade do setor, mantendo uma ocupação
média elevada por meio da realização de eventos e do incentivo ao turismo
corporativo, religioso, esportivo, entre outros. O RN precisa investir nos
alicerces que sustentam um turismo sustentável, como uma boa infraestrutura e
um trabalho contínuo de divulgação do destino turístico”, avalia Grace.
Em valores de faturamento, os
Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram com R$ 4 bi, R$ 1,5
bi e R$ 1,4 bi, respectivamente. Os menores números ocorreram em estados da
região Norte, como Amapá (R$ 10,3 mi), Acre (R$ 10,3 mi), Roraima (R$ 10,7 mi)
e Rondônia (R$ 24,9 mi).
Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário