A maratona empreendedora, que
reuniu sete equipes, foi conduzida por mentores experientes das áreas de
inovação, sustentabilidade e negócios de impacto. Segundo Edi Oliveira, gerente
de projetos da Somos Um, a iniciativa busca promover novos modelos econômicos e
negócios que tragam transformação real. “A gente acredita que necessita criar
uma nova economia e, para isso, precisa de negócios alinhados a essa nova visão
de mundo, que tenha equidade, transformação dos territórios e impacto nas
comunidades. A Maratona Empreendedora acontece dentro do desafio para
capilarizar e ampliar o número de negócios sociais que promovam mudanças
concretas”, afirmou.
Entre os projetos apresentados, esteve o da equipe liderada por Francisco
Gabriel Melo, de 18 anos, estudante da rede pública do Rio Grande do Norte. Ele
representou o Brasil na final internacional do Prêmio Jovem da Água de
Estocolmo, realizada em agosto na Suécia, considerada a mais importante
premiação científica juvenil do setor hídrico. Seu trabalho propõe a fabricação
de um “pesqueiro” sustentável, feito de madeira algaroba, para pesca na
Caatinga da região da Costa Branca do RN, evitando a poluição de rios e mares.
“Eu sou o único a representar o Brasil este ano na Suécia. A ciência me mostra
que o ambiente de pesquisa não é só dentro da escola, mas também no
empreendedorismo e na inovação. É um campo que, quando se abre, mostra vários
impactos positivos que você pode alcançar utilizando suas ideias e seu
potencial”, disse o jovem.
Além das apresentações, o Conexão ODS promoveu visitas a comunidades para
conhecer iniciativas locais relacionadas ao uso sustentável dos recursos
naturais. Foi uma experiência imersiva em que os participantes escolheram uma
das cinco comunidades anfitriãs para visitar. Cada uma delas representa um
ecossistema vivo, onde diferentes agentes se conectam e atuam de forma
colaborativa, formando verdadeiras “comum-unidades”.
Uma dessas foi Capoeiras, comunidade quilombola de Macaíba, na Grande Natal. “A
gente mostrou a nossa comunidade, nossas culturas, nossos costumes, tradições,
historialidade e gastronomia. No que se fala de sustentabilidade, as
comunidades quilombolas, são uma das primeiras a querer saber, a conhecer mais
disso. Porque a gente vive da natureza, da água, do trabalho agrícola, da
agricultura, as iniciativas criativas que a gente tem como feiras, tudo que a
gente produz”, destacou Maria Barbosa, uma das lideranças locais.
Os debates também seguiram nos painéis do último dia do evento. Num deles, foi
discutido a “Água como Bem Finito”. Maíra Sugawara, coordenadora de
Sustentabilidade Ambiental do Instituto AEGEA destacou que a chegada do
saneamento precisa levar em consideração as mudanças climáticas e lançar um
olhar atento para as comunidades que sempre foram excluídas. “É colocá-las
dentro do modelo de negócio, é entender que elas vão passar por uma nova
situação também de mudanças climáticas e preparar esses territórios para que
eles consigam responder da mesma forma, serem resilientes da mesma forma, ou o
mais próximo possível, das regiões formais desses territórios”, disse.
Já o Head de Relações Externas da Solar Coca-Cola, Arthur Ferraz citou
iniciativas como a construção de cisternas para escolas e o financiamento de
outros sistemas de captação. Ele destacou a importância de de medir o impacto
em relação ao consumo de água para a atividade industrial. “Se eu consumo
aquela determinada quantidade de água, eu tenho que ter um projeto ou de
conservação, ou de monitoramento, ou de qualquer tipo de atuação que possa me
garantir a reposição hídrica naquela bacia. Assim a gente entende que contribui
positivamente para a comunidade onde a gente está inserido”, frisou.
Tribuna do Norte

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