sábado, 9 de agosto de 2025

Gestão hídrica e inovação marcam final do Conexão ODS 2025, em Natal

O Conexão ODS 2025, realizado em Natal, encerrou sua programação neste sábado (9) com uma agenda voltada para o debate sobre gestão hídrica, experiências comunitárias e pela final do Desafio Inovação com Impacto, apresentado pelo Instituto Riachuelo e realizado por Somos Um, Pacto Global – Rede Brasil, Sebrae-RN e Centro Sebrae de Sustentabilidade, que trouxe a apresentação de soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável. Durante três dias, o evento reuniu especialistas, empreendedores, lideranças comunitárias e organizações para discutir desafios e caminhos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU.

A maratona empreendedora, que reuniu sete equipes, foi conduzida por mentores experientes das áreas de inovação, sustentabilidade e negócios de impacto. Segundo Edi Oliveira, gerente de projetos da Somos Um, a iniciativa busca promover novos modelos econômicos e negócios que tragam transformação real. “A gente acredita que necessita criar uma nova economia e, para isso, precisa de negócios alinhados a essa nova visão de mundo, que tenha equidade, transformação dos territórios e impacto nas comunidades. A Maratona Empreendedora acontece dentro do desafio para capilarizar e ampliar o número de negócios sociais que promovam mudanças concretas”, afirmou.

Entre os projetos apresentados, esteve o da equipe liderada por Francisco Gabriel Melo, de 18 anos, estudante da rede pública do Rio Grande do Norte. Ele representou o Brasil na final internacional do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, realizada em agosto na Suécia, considerada a mais importante premiação científica juvenil do setor hídrico. Seu trabalho propõe a fabricação de um “pesqueiro” sustentável, feito de madeira algaroba, para pesca na Caatinga da região da Costa Branca do RN, evitando a poluição de rios e mares.

“Eu sou o único a representar o Brasil este ano na Suécia. A ciência me mostra que o ambiente de pesquisa não é só dentro da escola, mas também no empreendedorismo e na inovação. É um campo que, quando se abre, mostra vários impactos positivos que você pode alcançar utilizando suas ideias e seu potencial”, disse o jovem.

Além das apresentações, o Conexão ODS promoveu visitas a comunidades para conhecer iniciativas locais relacionadas ao uso sustentável dos recursos naturais. Foi uma experiência imersiva em que os participantes escolheram uma das cinco comunidades anfitriãs para visitar. Cada uma delas representa um ecossistema vivo, onde diferentes agentes se conectam e atuam de forma colaborativa, formando verdadeiras “comum-unidades”.

Uma dessas foi Capoeiras, comunidade quilombola de Macaíba, na Grande Natal. “A gente mostrou a nossa comunidade, nossas culturas, nossos costumes, tradições, historialidade e gastronomia. No que se fala de sustentabilidade, as comunidades quilombolas, são uma das primeiras a querer saber, a conhecer mais disso. Porque a gente vive da natureza, da água, do trabalho agrícola, da agricultura, as iniciativas criativas que a gente tem como feiras, tudo que a gente produz”, destacou Maria Barbosa, uma das lideranças locais.

Os debates também seguiram nos painéis do último dia do evento. Num deles, foi discutido a “Água como Bem Finito”. Maíra Sugawara, coordenadora de Sustentabilidade Ambiental do Instituto AEGEA destacou que a chegada do saneamento precisa levar em consideração as mudanças climáticas e lançar um olhar atento para as comunidades que sempre foram excluídas. “É colocá-las dentro do modelo de negócio, é entender que elas vão passar por uma nova situação também de mudanças climáticas e preparar esses territórios para que eles consigam responder da mesma forma, serem resilientes da mesma forma, ou o mais próximo possível, das regiões formais desses territórios”, disse.

Já o Head de Relações Externas da Solar Coca-Cola, Arthur Ferraz citou iniciativas como a construção de cisternas para escolas e o financiamento de outros sistemas de captação. Ele destacou a importância de de medir o impacto em relação ao consumo de água para a atividade industrial. “Se eu consumo aquela determinada quantidade de água, eu tenho que ter um projeto ou de conservação, ou de monitoramento, ou de qualquer tipo de atuação que possa me garantir a reposição hídrica naquela bacia. Assim a gente entende que contribui positivamente para a comunidade onde a gente está inserido”, frisou.

Tribuna do Norte

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