Siluanov afirmou que os
mecanismos podem funcionar mesmo que envolvam formatos bilaterais ou
trilaterais.
“Está em discussão é a criação
de uma nova plataforma de investimentos. Até o momento, os membros do BRICS não
chegaram a um acordo completo sobre isso. Mas é uma discussão em andamento.
Vamos seguir esse caminho com os países interessados. Não é necessário que
alcancemos um consenso na tomada de certas decisões financeiras”, disse o
ministro.
“Existe a possibilidade de que
as compras de títulos entre dois ou três países possa ser resolvida sem um
consenso. Esses mecanismos seriam lançados e novos membros se juntariam a eles.
Então, o trabalho está em andamento. Em algumas questões, mais rápido, em
outras, um pouco mais lento”, complementou.
A declaração final do encontro
de ministros de finanças e de diretores dos bancos centrais do Brics separou
apenas um tópico sobre o tema. No documento, é dito que há progresso “na
identificação de possíveis caminhos para apoiar a continuação das discussões
sobre o potencial para uma maior interoperabilidade dos sistemas de
pagamentos”.
Não há, portanto, nenhuma
menção a acordo sobre como seriam esses sistemas alternativos. Apenas é dito
que o relatório técnico produzido sobre tema “reflete as preferências reveladas
pelos membros e deve desempenhar um papel fundamental em nossos esforços para
facilitar pagamentos transfronteiriços rápidos, de baixo custo, mais
acessíveis, eficientes, transparentes e seguros entre os países do Brics”.
Resseguro e riscos
Outro tema que foi destacado
pelo ministro de finanças russo durante coletiva de imprensa foi a criação de
um mecanismo de garantia baseado no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Os
países membros pretendem estabelecer uma iniciativa chamada de Garantias
Multilaterais do Brics (GMB), para mobilizar investimentos privados em
infraestrutura e desenvolvimento sustentável.
Com isso, a expectativa é
oferecer instrumentos para reduzir o risco de investimentos estratégicos e
melhorar a credibilidade no Brics e no Sul Global. Uma iniciativa piloto está
prevista para ser desenvolvida ainda em 2025.
A criação de uma resseguradora
do grupo, vinculada ao NDB, é vista como medida estratégica pelo grupo.
“Embora o volume de transporte
e o volume de comércio entre nossos países cresçam a cada ano, há a necessidade
de criar uma seguradora independente. Já propusemos mecanismos específicos para
a criação de uma resseguradora, por analogia com as atividades bancárias de uma
organização internacional desse tipo, visto que vemos que a capacidade de
seguros para atingir esse objetivo não é suficiente. E as principais
seguradoras são empresas de países ocidentais”, disse Siluanov.
“Propomos preencher esse vácuo
para ressegurar diferentes riscos, como riscos logísticos, riscos relacionados
à construção e riscos relacionados ao clima. Isso foi discutido por muitos
participantes hoje e preferimos que esta organização seja constituída como uma
organização internacional com capital próprio que será integralizado pelos
países interessados, e que esta empresa ressegurará os riscos das empresas que
trabalham nos países-membros”, complementou.
Agência Brasil

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